Portal de Eventos da ULBRA., XXIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO GENOTÓXICA E MUTAGÊNICA DE SOJICULTORES EXPOSTOS A AGROTÓXICOS DOS ESTADOS DO MATO GROSSO E RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Luma Smidt Piazza

Última alteração: 27-09-2017

Resumo


O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, sendo que essa produção de larga escala tornou o país um dos principais consumidores mundiais de agrotóxicos. Muitos agrotóxicos são classificados como genotóxicos e mutagênicos tendo a capacidade de interagir com o DNA, podendo assim, alterar a sequência do DNA original resultando em mutações (BOLOGNESI; HOLLAND, 2016). Desta forma, este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos genotóxicos e mutagênicos entre sojicultores dos Estados do Mato Grosso (MT) e do Rio Grande do Sul (RS) através do teste de micronúcleos em células da mucosa oral. A pesquisa envolveu um total de 229 indivíduos, deste total, 146 são sojicultores expostos a agrotóxicos e 83 fazem parte do grupo controle, ou seja, não expostos a qualquer substancia genotóxicas. Todos os participantes foram orientados sobre os objetivos da pesquisa, assinando o Termo De Consentimento Livre e Esclarecido. Para a realização do teste de Micronúcleos em Mucosa Oral foi seguido o protocolo descrito por Thomas et al. (2009). Através da análise dos dados foi observado aumento significativo na frequência de células com micronúcleos (MN) e de células com BUDs.

 

Além disso, foi possível encontrar alterações morfológicas características de apoptose, caracterizadas por alterações nucleares como células com cromatina condensada, picnose ou condensação extrema da cromatina (picnótica), fragmentação nuclear (cariorrética) e perda total do material nuclear (cariolítica). Todos estes tipos apresentaram-se aumentadas de forma significativa no grupo expostos comparado ao grupo não exposto. Também foram encontrados aumentos significativos de células binucleadas, características de defeitos transcorridos durante a citocinese.

 

Sendo assim, podemos concluir que os agrotóxicos aos quais os sojicultores têm sido expostos, foram capazes de induzir danos no DNA observados através do aumento da frequência de células micronucleadas e BUD. Além disso, o aumento da frequência de mudanças morfológicas relacionadas à morte celular também indicaram uma genotoxicidade.


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