Portal de Eventos da ULBRA., XXIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE EM SOJICULTORES EXPOSTOS A AGROQUÍMICOS NO ESTADO DO MATO GROSSO
Amanda Souza Scotti, Arielly Furtado Bento de Oliveira, Juliana da Silva

Última alteração: 04-09-2017

Resumo


A soja é uma leguminosa rica em proteínas e óleos, utilizada na alimentação humana e animal. Além do seu uso em biocombustíveis alternativos. O Brasil atualmente é um dos maiores produtores e exportadores de soja do mundo, ficando com a segunda colocação. Neste contexto o Estado do Mato Grosso destaca-se por ser o celeiro do País na produção da soja, sendo atualmente seu maior produtor. O crescimento na demanda do produto trouxe a necessidade do uso de diversos agrotóxicos (fungicidas, herbicidas e inseticidas) e fertilizantes. Em altas doses, os agrotóxicos agem de maneira eficiente na proteção das plantas, porém podem causar toxicidade em doses crônicas no ser humano. O presente estudo teve como objetivo avaliar a genotoxicidade por meio do Teste de Micronúcleo em mucosa oral e verificar a influência do gene de reparo XRCC1 nos danos ao DNA observados nos agricultores expostos a agroquímicos no plantio da soja. A pesquisa foi realizada com 111 pessoas residentes nas regiões noroeste e médio-norte do Estado do Mato Grosso. Do total de participantes, 54 foram indivíduos expostos aos agrotóxicos do plantio de soja, e os demais compõem uma amostra constituída de indivíduos não expostos, cuja ocupação profissional esteja ausente de substâncias genotóxicas. Foram inclusos na pesquisa pessoas do sexo masculino com idade mínima de 18 anos. Participantes fumantes, com histórico de câncer ou doença crônica e que estivessem fazendo uso de medicamentos foram exclusos do estudo. As amostras para foram coletadas da mucosa oral dos indivíduos, imersa em solução de Sacomanno, realizadas centrifugações e lavagens, coradas com reagente Schiff e analisadas. O DNA foi extraído de sangue tota dos indivíduos e posterior amplificação do Gene de Reparo XRCC1 foi realizada. A análise foi realizada em gel de poliacrilamida corado com nitrato de prata. Por meio da análise dos resultados parciais encontrou-se um aumento significativo de MN (P<0.0001) nos indivíduos expostos quando comparado ao grupo controle, já para BUD (P 0.3251) e Broken-egg (P 0.0502) não se encontrou significância. Quando verificada se existia a influência do gene XRCC1 aos danos encontrados, observou-se que indivíduos heterozigotos (Arg/Trp) apresentaram aumento significativo de MN e Broken-egg quando comparados aos homozigotos (Arg/Arg), tanto no grupo exposto como nos indivíduos não expostos. Em relação a formação de BUD (amplificação gênica) observou-se uma tendência ao aumento, porém não significativo. Desta forma, podemos verificar que a exposição aos agroquímicos podem induzir a formação de MN, e consequentemente a danos no material genético por mecanismos clastogênicos e/ou aneugênicos. Além disso, pode-se constatar que indivíduos que apresentam o genótipo homozigoto (Arg/Arg) possuem maior capacidade de reparação, visto que apresentaram menor frequência de MN e broken-egg e aumento de BUD. Diante dos danos demonstrados, salienta-se a importância do uso dos equipamentos de proteção em todo o processo de produção da soja como forma de prevenção a efeitos genotóxicos, e da importância do constante biomonitoramento.

Palavras-chave


Genotoxicidade, Sojicultura, Agroquímicos, Teste Micronúcleo, Genotipagem.

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