A própolis verde é uma substância com característica de resina, de aroma característico sendo o resultado de uma mistura complexa entre a coleta de diferentes partes da planta Bacharis dracunculifolia pelas abelhas Apis melífera e substâncias do metabolismo das abelhas como as enzimas salivares. A própolis é amplamente utilizada na medicina popular, pois possui diversas atividades biológicas incluindo ação anti-inflamatória e antioxidante. Estudos fitoquímicos identificaram o composto polifenólico Artepelin C (Art C - ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico) como principal componente bioativo da própolis verde e por esta razão, o Art C vem sendo estudado, uma vez que é de extrema importância a caracterização destas substâncias naturais utilizadas como fonte alternativa de tratamento à saúde. Desta forma, este trabalho tem por objetivo avaliar a atividade citotóxica e mutagênica do Artepelin C em células de hepatocarcinoma humano (HepG2) no teste de micronúcleos com bloqueio da citocinese (CBMN). Para o teste, as células foram semeadas em placas de 24 poços e cultivadas por 24 h. Após este período, as células foram submetidas a diferentes concentrações do ArtC por um período de 4 ou 24 h. Após o tratamento, adicionou-se a citocalasina - B, por mais 1 – 1,5 de divisão. As células foram tripsinizadas e coletadas em citocentrífuga, fixadas em lâminas de vidro, coradas e analisadas em microscópio óptico (400 x). A análise estatística foi realizada por meio da análise da variância (one-way ANOVA) com teste post hoc de Dunnett, com significância estatística α=0,05. Os resultados demonstraram que em relação ao índice de divisão nuclear (IDN), o Art C causou inibição da proliferação celular quando comparado ao controle negativo. Com base nos resultados observados para o IDN, concentrações não citotóxicas do Art C foram utilizadas para a avaliação da indução de micronúcleos em células HepG2. Os resultados demonstraram que as diferentes concentrações de Art C não foram mutagênicas às células HepG2. Desta forma, a ausência de mutagenicidade observada neste estudo pode estar associada ao processo de biotransformação nas células HepG2. Considerando que esta linhagem celular possui altos níveis de enzimas do citocromo P450, é possível que o Artepelin C seja encaminhado para uma via de detoxificação, não sendo capaz de induzir danos no DNA.