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ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO VAL66MET DO GENE DO BDNF COM A CATASTROFIZAÇÃO DA DOR EM PACIENTES COM FIBROMIALGIA
Última alteração: 12-09-2017
Resumo
A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada principalmente por dor crônica musculoesquelética generalizada com maior prevalência entre mulheres. Apesar da fisiopatologia da FM ainda não ser completamente elucidada, estudos evidenciam alterações dos mecanismos excitatórios e inibitórios de controle da dor. O catastrofismo é uma resposta mal adaptativa à dor e tem sido considerado como preditor do funcionamento emocional de indivíduos com condições de dor crônica, como na síndrome da FM. Também, fatores genéticos podem estar associados com a maneira como a dor é processada e transmitida e com aspectos psicológicos envolvidos na percepção da dor. O trabalho atual tem como objetivo avaliar a associação do polimorfismo genético Val66Met (rs6265) do gene do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) com o catastrofismo em pacientes com FM. Os critérios de inclusão requerem pacientes adultos com o diagnóstico de FM realizado de acordo com os critérios do Colégio Americano de Reumatologia. Os dados clínicos e sociodemográficos dos pacientes são obtidos através de um questionário estruturado. O catastrofismo é avaliado através do instrumento “Pain Catastrophizing Scale” (PCS). A escala contém 13 itens divididos em três domínios: desemparo, magnificação e ruminação. Os itens são organizados em uma escala Likert de 5 pontos e o escore total varia de 0 a 52 pontos. Os níveis de catastrofismo variam individualmente, mas um escore total de 30 representa um nível clinicamente significativo de catastrofismo em amostra de pacientes com dor crônica. O DNA está sendo extraído a partir de sangue total. A identificação dos genótipos do polimorfismo acontece através da reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. Até o momento, 77 pacientes foram inclusos no estudo. O grupo é composto por mulheres, a maioria (81,8%) de origem caucasiana, com idade média de 51 ± 9,5 anos, média de índice de massa corporal (IMC) de 27,9 ± 5,7 kg/m2 e média de 6,1 ± 5,4 anos de diagnóstico de FM. Quando avaliadas para o catastrofismo, a média dos escores obtidos foi de 31,3 ± 12,8. Para os domínios as médias foram 10,4 ± 3,8; 7,2 ± 3,6; 13,7 ± 6,1 para ruminação, magnificação e desamparo, respectivamente. Com relação à avaliação do polimorfismo Val66Met, foram determinados os genótipos de 49 pacientes. Destes, 55,1% apresentaram níveis de catastrofismo clinicamente significativos. O genótipo Val/Val do polimorfismo foi mais frequente neste grupo com escores de catastrofismo maior ou superior a 30 e o genótipo Val/Met (GA + AA) foi mais frequente (20,4%) no grupo de pacientes com escores de catastrofismo menor que 30 (p= 0,058). A frequência do alelo G (Val) foi de 87% e do alelo A (Met) foi de13%. Até o momento associações estatisticamente significativas não foram encontradas entre o catastrofismo e o polimorfismo. Será dado seguimento à inclusão de pacientes no estudo, genotipagem do polimorfismo e análises de associação com os níveis de catastrofismo.
Palavras-chave
Fibromialgia, catastrofismo, polimorfismo genético, BDNF
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