Última alteração: 30-08-2017
Resumo
Introdução. A hepatite C apresenta elevado impacto na saúde pública global. A infecção é habitualmente diagnosticada em sua fase crônica. Na ausência de tratamento, a cronificação ocorre em 60 a 85% dos casos; cerca de 20% dos pacientes cronicamente infectados podem evoluir para cirrose e 1 a 5% desenvolvem carcinoma hepatocelular. Em 2017, o Ministério da Saúde lançou a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C, com novas terapêuticas, acesso flexibilizado, menores índices de efeitos adversos e expectativa de cura superior ao tratamento anterior. As atuais opções terapêuticas do Sistema Único de Saúde (SUS) são medicamentos antivirais de ação direta, que atuam diretamente nos processo de replicação do vírus da hepatite C. Entre os medicamentos disponíveis no SUS, encontra-se a associação dos fármacos ombitasvir, veruprevir e ritonavir, que são denominados de 2D, mais o fármaco dasabuvir. Essa combinação dos quatro medicamentos é designada de 3D ou pelo nome comercial Viekira Pak. O tratamento com o medicamento 3D pode ser ou não combinado com a ribavirina, havendo uma potencialização de cura na coadministração. Objetivos. O presente estudo busca avaliar a toxicidade genética do medicamento 3D, sozinho ou combinado com ribavirina. Material e Métodos. A genotoxicidade será analisada empregando o teste de micronúcleo in vitro com bloqueio da citocinese (CBMN) utilizando a linhagem celular humana de carcinoma hepatocelular HepG2. Serão analisadas três combinações: o fármaco 2D, a formulação 3D (2D associado à dasabuvir) e o 3D associado à ribavirina. Os parâmetros que serão avaliados são: eventos citotóxicos (apoptose e necrose), cinética celular (células mononucleadas, binucleadas e multinucleadas) e os danos cromossômicos (micronúcleos, brotos nucleares e pontes nucleoplasmáticas). Conclusão. O estudo está em uma fase inicial visando estabelecer as concentrações que podem ser utilizadas nos ensaios. Nesse momento, as doses dos fármacos estão sendo testadas para que o número de células mortas não seja excessivo, possibilitando assim a investigação das possíveis alterações genéticas nas células que estarão aptas para observação. Desta forma, a pesquisa de toxicidade genética do medicamento 3D está em sua fase inicial e ainda não possui resultados finais.