Última alteração: 31-08-2017
Resumo
Embora o Brasil apresente uma grande biodiversidade, o potencial das plantas alimentícias não-convencionais é pouco explorado no país. Entretanto, estas espécies podem ser fonte de vitaminas, antioxidantes, fibras e sais minerais. Nesse contexto, encontra-se a planta Vasconcellea quercifolia (Caricaceae), popularmente conhecida como mamãozinho-do-mato, jaracatiá e mamute. Verifica-se que em alguns municípios da região Sul do Brasil seus frutos e caule são utilizados in natura e na fabricação de doces. Apesar de influenciar o cardápio alimentar de algumas comunidades, há uma quantidade limitada de estudos fitoquímicos realizados com V. quercifolia. Dessa maneira, este trabalho destina-se a analisar a constituição fitoquímica e o potencial antioxidante das folhas e frutos de V. quercifolia. Para a análise da constituição fitoquímica das folhas e frutos realizaram-se ensaios colorimétricos qualitativos do screening fitoquímico e os doseamentos de compostos fenólicos e flavonoides totais. Determinou-se a atividade antioxidante dos extratos etanólicos das folhas e dos frutos de V. quercifolia através do ensaio com o radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila) e usou-se como padrão a quercetina (IC50 = 18,22 ± 2,22 µg/mL). Em ambos os extratos verificou-se a presença de flavonoides, terpenos e saponinas. Além disso, identificou-se alcalóides nas folhas de V. quercifolia. O extrato etanólico das folhas de V. quercifolia apresentou um maior teor de compostos fenólicos e flavonoides totais (41,35 ± 3,79 mg/g EAG de fenólicos totais e 7,33 ±0,26 mg/g EQ de flavonoides totais) do que o extrato dos frutos desta planta (19,47 ± 0,53 mg/g EAG de fenólicos totais e 0,60 ±0,02 mg/g EQ de flavonoides totais). Ainda, observou-se que o extrato das folhas de V. quercifolia possui uma melhor atividade antioxidante (IC50 = 669,10 ± 15, 98 µg/mL) que o extrato dos frutos (IC50 > 1000 µg/mL). Os compostos fenólicos possuem, em sua estrutura, um anel benzênico substituído com grupamentos hidroxilas e isto lhes confere um eficiente potencial antioxidante. Sendo assim, frequentemente, correlaciona-se a quantidade destes compostos na constituição da planta com a sua capacidade antioxidante. Neste trabalho, constatou-se que ambos os extratos de V. quercifolia apresentaram baixo teor de compostos fenólicos e, consequentemente, encontrou-se uma fraca atividade antioxidante quando comparados ao padrão.