Última alteração: 14-09-2017
Resumo
O trabalho que desenvolvemos em nossa, já em seu segundo ano, denominada Da criação à crítica: os novos meios e as novas teorias acerca da produção e recepção da arte literária, organizou-se através de duas principais etapas: a problematização da História da Literatura como forma de compreensão do fenômeno literário (desenvolvida em 2016) e a relação deste questionamento como ponto de partida para mostrarmos a quase evidente necessidade de se repensar, definitivamente, o ensino da literatura na escola (desenvolvida em 2017), respondendo, como bem aponta o título de nossa pesquisa, às atuais teorias críticas e peculiaridades de nosso tempo, responsáveis pelos principais pontos de transformação e ruptura da educação contemporânea. Como método, utilizamos o estudo bibliográfico, teórico-crítico e analítico, visando a produção de material científico como forma de exposição dos resultados obtidos. Afirmamos, em nossa primeira etapa, que todo o movimento de escrita de uma história da literatura é um movimento de exclusão, de assassinato, de negação; é negar ao outro, ao deixado à margem do discurso historiográfico, o direito de ser, ele também, literatura. Muito mais do que preencher um determinado espaço, mostramos que todo o movimento de escrita de uma história literária, hoje, tende, como único destino, a ser simplesmente criticado. Mesmo assim, seguimos escrevendo e ensinando histórias da literatura. Por quê? Diante deste quadro e cientes da existência de inúmeras propostas metodológicas que visam um trabalho diferenciado para o ensino da literatura, principalmente aqueles que propõem uma trilha a partir de determinada perspectiva, a exemplo da “construção da nacionalidade brasileira através da literatura” ou quaisquer representações étnicas ou de gênero traçadas pela arte literária, nossa proposta tem como norte a literatura em seu sentido mais puro, sustentada por aquilo que é de mais primordial, advindo do mito e da própria necessidade do homem de narrar, de explicar ou mesmo confortar, através da palavra, suas dúvidas, seus anseios, fazendo com que nossa proposta aponte para um único caminho que não seja outro se não reivindicar, no ensino da literatura, aquilo que ela tem de mais essencial e que está perdido: a simples prática de ouvir e contar histórias (ou ler e escrever), de se fazer, no espaço da escola, em seu verdadeiro sentido, arte.