As lipoproteínas são macromoléculas de fosfolipídeos, lipídeos e apoproteínas, que transportam os lipídeos insolúveis no plasma. A deficiência ou o desequilíbrio dos lipídeos podem causar diversos problemas à saúde, como doenças cardiovasculares (DCV) e aterosclerose, que representam a principal causa de morte no país. A aterosclerose é uma DCV de origem crônica inflamatória e progressiva, que atinge as artérias de médio e grande calibre, sendo grave quando obstrui mais de 60% da luz do vaso, diminuindo o fluxo sanguíneo e causando angina pectoris. Os Triglicerídeos (TG) são constituídos por uma molécula de glicerol e três ácidos graxos, e de certa forma funcionam como uma reserva metabólica de energia para o organismo. Sabe-se que as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) atuam como agente pré-arterogênico e, estudos mais recentes consideram os níveis de TG um fator importante para o desenvolvimento de DCV e, que maiores níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL) estão associadas a menores riscos para DCV. Os distúrbios nos níveis de lipídeos são chamados de dislipidemias, podendo ser de causas primárias ou secundárias e de quatro diferentes tipos de classificação: HDL baixo, hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada e, hiperlipidemia mista. Este trabalho teve como objetivo principal detectar a presença de dislipidemias associadas em adultos de ambos os sexos com idades variando entre 25 e 75 anos, através de consulta de banco de dados de um laboratório em município pertencente à região Metropolitana de Porto Alegre/RS com intuito de identificar se pacientes que possuíam hipertrigliceridemia com TG acima de 400mg/dL possuíam também alguma outra dislipidemia (CAAE: 69937117.0.0000.5349).  Neste trabalho avaliamos o perfil lipídico apenas de pacientes com TG acima de 400 mg/dL, considerados portadores de hipertrigliceridemia isolada. Dos laudos de 719 pacientes avaliados 26 pacientes, 10 homens e 16 mulheres, se encaixaram neste grupo e, foram analisados se possuíam alguma outra dislipidemia em conjunto com a hipertrigliceridemia. A partir deste estudo foi possível observar que a hipertrigliceridemia está acometendo também, pacientes abaixo da idade considerada como fator de risco (45 anos), sendo este fato de suma importância clínica para prevenção da aterosclerose em todas as faixas etárias. Sabendo-se da sua relação com o surgimento da aterosclerose e, levando em consideração o alto risco de desenvolvimento de uma DCV. Também foi possível observar que 87,5% dos pacientes homens e 100% das mulheres, portavam alguma outra dislipidemia além da hipertrigliceridemia.