Última alteração: 14-09-2017
Resumo
A pesquisa Práticas de leitura da literatura infanto-juvenil contemporânea (Ulbra 2016-17) investiga os leitores infanto-juvenis e suas práticas de leitura pouco conhecidas pelo mediador adulto (livreiros, pais, educadores, autores). Essas práticas se manifestam em gestos, espaços e hábitos cotidianos que constituem a sua relação com o livro como um produto cultural. A metodologia aplicada nesta investigação prevê pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica. A pesquisa de campo é desenvolvida a partir de entrevistas, depoimentos e análise de espaços de comunicação virtual. O estudo envolve também levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que convivem com o tema pesquisado, como bibliotecários, livreiros, youtubers, escritores e os próprios leitores. Metodologicamente, texto e leitor são objeto de estudo. Com o passar dos anos o mediador clássico está perdendo o seu lugar e começando a competir com as mídias contemporâneas, que apresentam ao leitor um mundo literário novo e abrangente. Atualmente os textos chegam ao leitor através de um suporte, uma forma, que pode ser o livro, nos seus mais diversos formatos, mas também pode ser um e-book, um tablet, um celular. A pesquisa aprofunda-se no entendimento da influência que os novos mediadores têm nas leituras dos jovens, e como a mesma é transmitida, via vídeos, postagens em blogs, redes sociais de leitura, onde a interação é intensa e próxima entre ambos. Em 2017 a pesquisa focaliza os mediadores virtuais em sua interação com o público como formadores de opinião, críticos literários e também, em muitos casos, escritores com publicações virtuais e impressas. Nos espaços públicos – livrarias, bibliotecas, sessões de autógrafos - examinam-se as preferências de leituras dos jovens e quais seus comportamentos como leitores conectados entre o real e o virtual. Os resultados da investigação mostram, entre outras questões, o surgimento de um novo público leitor/escritor a partir da ascensão de jovens youtubers, com número crescente de seguidores e consequente investimento da mídia editorial e televisiva. O fenômeno estrangeiro com investimento em jovens com canais de sucesso produziu autores, líderes de venda de obras literárias (também transformadas em filmes) com leitores em todo o mundo. A situação é replicada na literatura nacional, também com grande impacto de público, com youtubers como Kéfera Buchmann, Christian Figueiredo, Felipe Neto, Rafael Moreira, Bruna Vieira, Taty Ferreira e muitos outros. São autores jovens, entre 18 e 25 anos que se apresentam com um público cativo da internet e concorrem com escritores consagrados. Debate-se sobre a qualidade literária de sua produção e a repercussão de seus escritos para a formação de novos leitores. De vídeos no YouTube para a publicação de livros impressos, conversa com leitores, sessões de autógrafos - o que surgiu virtualmente transforma-se para fora da tela do computador e interfere na formação literária de milhares de adolescentes.
Descritores: práticas de leitura; youtubers; mediação literária