Última alteração: 07-11-2024
Resumo
Os estudantes universitários de cursos da área da saúde têm enfrentado níveis elevados de desgaste emocional. Isso se deve à complexidade dos cursos, à alta exigência de rendimento e à responsabilidade com vidas humanas. O estudo avaliou a prevalência de depressão, ansiedade e estresse e os comparou entre o curso de medicina e os demais cursos da área da saúde. Os dados foram coletados por meio do questionário DASS-21 (Depression Anxiety and Stress Scale-21) e os resultados foram comparados entre os diferentes cursos em relação a fatores socioeconômicos e de saúde. Os resultados indicam que em relação à ansiedade, depressão e estresse, apenas o primeiro apresentou diferença significativa, sendo mais elevado entre os alunos de Medicina em comparação aos de outros cursos. Quanto à renda familiar, observou-se padrões diferentes entres os grupos, sendo os alunos do curso de Medicina apresentam renda familiar mais alta, porém maiores níveis de ansiedade, enquanto que nos outros cursos que apresentaram renda mais baixa mostraram maiores níveis de ansiedade. Os estudantes casados dos outros cursos, apresentaram maior prevalência de ansiedade moderada, enquanto nos estudantes de medicina com ansiedade moderada, a maioria é solteira. Os alunos da Medicina apresentam maiores níveis de estresse e ansiedade e por isso, frequentemente usam mais remédios para dormir e quando relacionado a depressão, ambos os grupos apresentaram estágio mais avançado. A presença de comorbidades foi mais prevalente entre os estudantes de Medicina com depressão severa e com altos níveis de ansiedade. Conclui-se que a ansiedade é mais prevalente entre estudantes de Medicina com alta renda e com comorbidades. Nos outros cursos, a ansiedade foi maior em estudantes com renda baixa. O uso de medicamentos foi comum em ambos, especialmente em casos severos de ansiedade, depressão e estresse. Esses resultados destacam a necessidade de atenção à saúde mental dos estudantes da área da saúde.