Última alteração: 07-11-2024
Resumo
Os equinos são mais susceptíveis ao desenvolvimento de feridas que outras espécies, em parte, devido ao seu temperamento e tipo de atividade física. A penetração cutânea de corpo estranho secundária ao trauma é um meio comum pelo qual os cavalos se ferem, podendo ser localizados na cabeça, traqueia, tronco, cavidade torácica, abdômen e membro. Corpos estranhos metálicos são prontamente diagnosticados com a radiografia. O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de um equino acometido por corpo estranho metálico sendo diagnosticado pelo exame radiográfico. Embora muitas vezes seja necessária uma cirurgia para tratar abscessos causados por corpos estranhos, um tratamento conservador no início pode ajudar a melhorar as chances de recuperação, facilitando a cirurgia e reduzindo as complicações. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Luterana do Brasil, em Canoas/RS, uma fêmea equina de 2 anos de idade, apresentando algia no membro posterior esquerdo, ferida edemaciada, claudicação grau III e tecido granuloso necrosado em região da articulação do boleto. Após o exame físico, foi solicitado exames complementares como hemograma e exame radiográfico do membro posterior esquerdo. O hemograma não apresentou alterações, assim, foi realizado duas projeções radiográficas da articulação do boleto esquerdo, sendo uma projeção dorsoplantar e lateromedial, assim foi evidenciado presença de uma estrutura com radiopacidade elevada, contornos definidos e regulares, circundando a porção proximal da primeira falange associada a intensa área de proliferação e remodelação óssea. Muitos corpos estranhos só são descobertos após um longo período de tratamento médico, o qual se mostra improdutivo na resolução da infecção e na cicatrização do local. O exame radiográfico é de extrema importância para realização de um diagnóstico correto e escolha da conduta adequada.