Última alteração: 07-11-2024
Resumo
O termo distocia significa "parto difícil ou anormal", ocorre quando as fêmeas não conseguem ter parto eutócico e expulsar os filhotes. Na obstetrícia de pequenos, a distocia é uma das condições mais frequentes, sendo os exames de imagem essenciais na conduta clínica, podendo ocorrer sem sinais prévios de parto. Os exames de imagem se tornam mais importantes ainda em fêmeas que têm menos chances de ter parto eutócico, como em cadelas braquicefálicas. Esse trabalho tem como objetivo relatar o acompanhamento gestacional de uma cadela da raça bulldogue francês de 1 ano e 8 meses. Foi realizado radiografia abdominal (RX) em projeções laterolateral direita e ventrodorsal e ultrassonografia gestacional (USG), nas quais foram observados três fetos com desenvolvimento e frequência cardíaca (FC) esperados para a fase fetal e tempo de gestação (TG) de aproximadamente 54 a 58 dias. A paciente retornou após três dias e realizou outro USG para acompanhamento e detectou entre 56 a 60 dias de TG. Além disso, os fetos apresentaram FC normal, um deles apresentando desaceleração e aceleração cardíaca entre, o que prediz que o parto deve ocorrer entre 48 a 72 horas. Assim, foi recomendado novo USG. A paciente retornou três dias depois, relatando ausência de sinais pré parto como queda da temperatura retal da fêmea, inquietação e comportamento de nidificação. Foi realizado novo USG indicando dois fetos com FC normais e um feto sem FC, caracterizando morte fetal. Assim, foi realizada a cesariana de emergência. A USG é o exame menos invasivo para identificar a viabilidade da gestação. Conclui-se que a distocia é uma condição que exige acompanhamento e intervenções assertivas quando necessário, especialmente em raças que já são predispostas, como o bulldog francês. No caso apresentado, os exames se mostram essenciais para a monitorização e verificação da viabilidade da gestação, permitindo a identificação precoce de complicações como a morte fetal.