Última alteração: 04-10-2016
Resumo
Nos dias de hoje, utilizam-se diversas embalagens, as principais são latas metálicas, plásticas e recipientes de vidro, que apresentam excelentes propriedades mecânicas e de barreira ao vapor de água. Apesar de garantirem uma proteção desejada, essas embalagens acarretam sérios problemas ambientais. Na tentativa de diminuir o impacto ambiental causado por embalagens, muitos trabalhos estão sendo desenvolvidos afim de mudar essa realidade. A produção de embalagens provenientes de proteínas é uma boa alternativa. Devido à sua biodegradabilidade e ao fato de poderem ser produzidas a partir de biopolímeros. Os chamados biofilmes são produzidos com polissacarídeos, proteínas, lipídios e derivados. A produção envolve a solubilização da macromolécula em um solvente, ao qual podem ser incorporados diversos aditivos . Após, a solução é espalhada sobre um suporte e, usualmente, submetida à secagem. O problema que vem sendo observado nos bioplásticos é a alta permeabilidade ao vapor de água em função do caráter hidrofílico dos filmes à base de proteínas, que limita sua aplicação. Para melhorar as propriedades de barreira dos biofilmes, a incorporação de lipídios surge como alternativa interessante. Além de diminuir a permeabilidade ao vapor de água dos biofilmes, os lipídios podem prevenir a migração de água entre os componentes do alimento. Quando se adiciona um componente hidrofóbico aos biofilmes, o componente lipídico atua como barreira ao vapor de água, e a proteína ou polissacarídeo fornecem a barreira ao oxigênio resultando nas características mecânicas necessárias . O objetivo desse trabalho, foi produzir e analisar filmes a base de gelatina com a adição de ácidos graxos de buriti e andiroba. O método utilizado foi o método casting, onde a gelatina foi misturada a água destilada, ácidos graxos e glicerol, a 60 ºc durante 10 min. Após 2mL das diferentes formulações foram depositados em placas de Petri de 5,55 cm de diâmetro e deixadas em repouso, a temperatura ambiente, para que ocorresse a geleificação. Foram produzidos 5 tipos de bioplásticos, um sem adição de ácido graxo, dois com a ádição de ácido graxo em forma líquida (óleo), e dois com a adição de ácidos graxos esterificados. Das amostras produzidas, foram medidos dez pontos diferentes com um micrômetro para determinar a espessura das amostras e posteriormente, foi obtida a média dessas medidas. Os ensaios de barreira foram feitos em duplicatas. Para a solubilidade em água, a amostras em forma de discos foram, colocadas em estufas por 24h a105°C, pesadas e imersas em água destilada por mais 24h, pesadas e secas em estufas novamente. Paralelamente, duas amostras de cada biofilme produzidos, foram colocadas em uma célula de permeação de polietileno, contendo sílica gel e selada com parafina. Posteriormente, essas células foram colocadas em um dessecador contendo água destilada, a temperatura controlada de 22°C. As células, foram medidas em intervalos de 24 h. O tempo do ensaio é de 7dias. O testes mecânicos serão feitos posteriormente. Espera-se que a adição desses ácidos graxos com diferentes composições melhore significativamente a permeabilidade ao vapor de água e consequentemente as propriedades mecânicas, uma vez, que estão diretamente ligadas.