RESUMO: Há uma tradução corrente no Brasil para o sofrimento moral, conceituando-o como um desequilíbrio psicológico experimentado por indivíduos que se deparam com obstáculos que afetam a possibilidade ou tornam difícil assumir comportamentos e atitudes considerados retificados e consonantes com seu julgamento moral. Situações extremas relacionadas aos cuidados de enfermagem e problemas processuais laborais em saúde vêm sendo relatados na literatura como etiologias do sofrimento moral. O presente trabalho objetiva realizar um levantamento e revisão bibliográficos sobre o sofrimento moral na enfermagem, dando relevância às principais implicações relacionadas à formação e prática profissionais da categoria. Para a seleção dos artigos foram utilizados quatro bancos de dados: Base de dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). A busca foi efetivada on-line e seguindo os dois critérios de inclusão, resultando numa amostra de 7 artigos. Na formação acadêmica em enfermagem, o discente, diante dos problemas morais desenvolve a reflexão ética por meio de sua percepção ou sensibilidade moral e assim depara-se com a incerteza moral que causa estranhamento, inquietação ou desconforto moral, de maneira única para cada um. Fiscais e gerentes da enfermagem, cujo ofício demanda uma criticidade e a tomada de decisões que por vezes não serão bem compreendidas por outrem constituem um público propício ao sofrimento moral, com destaque aos problemas atinentes às dificuldades dos processos de fiscalização (lentidão) e insuficiência de recursos humanos, potencializadores de ansiedade e impedimento do desempenho de um trabalho seguro e qualificado. A violência em todas as suas modalidades é uma das causas mais nocivas do sofrimento moral no profissional de enfermagem, atingindo as dimensões físicas e psicológicas, acarretando danos laborais como a incapacidade do exercício das suas atividades cotidianas, relações belicosas com os demais membros da equipe multiprofissional, má condição financeira e qualidade de vida. Da academia ao hospital, da formação à atuação regulamentada, os gestores institucionais precisam ser sensíveis e atentos a quando os sinais e sintomas provenientes do sofrimento moral pelos profissionais de saúde emergir. O diálogo entre os membros da equipe e o exercício da educação permanente destacam-se nas estratégias de enfrentamento desse problema.

Palavras-chave: Sofrimento Moral; Enfermagem.