Última alteração: 08-09-2018
Resumo
Introdução
A hérnia diafragmática é caracterizada pela protrusão de um ou mais órgãos e estruturas abdominais para o interior da cavidade torácica, seja de origem adquirida ou congênita (LIMA et al., 2011; SANTOS et al., 2017). Devido ao aumento de radiopacidade torácica vista na radiografia, muitas vezes sendo de difícil determinação a presença de órgãos ou presença de efusão pleural, torna-se necessário a ultrassonografia do tórax para essa diferenciação (HARTMANN et al., 2011; THRALL, 2010). Sendo assim, serão relatados 3 casos de hérnias diafragmáticas, evidenciando as alterações nesses exames simultaneamente.
Relato de caso
Foram atendidos no Hospital Veterinário da ULBRA 3 pacientes com hérnia diafragmática diagnosticados pelo setor de diagnóstico por imagem, sendo um felino sem história conhecida de trauma e dois caninos com histórico de atropelamento, entre 2 meses e 9 anos de idade. Na radiografia de tórax, os pacientes em questão apresentavam cúpula diafragmática indefinida, deslocamento dorsal do trajeto traqueal, deslocamento da silhueta cardíaca e radiopacidade de tecidos moles cranial e caudalmente ao coração, frente à limitação de determinar o tipo de alteração devido ao aumento de radiopacidade intratorácica difusa, o exame ultrassonográfico foi essencial para identificar alças intestinais e lobos hepáticos na cavidade torácica, com exceção do paciente felino, que apresentava ainda o baço adjacente à silhueta cardíaca.
Discussão
A hérnia ou ruptura diafragmática ocorre quando há a protrusão de um ou mais órgãos abdominais e/ou estruturas como gordura peritoneal ou omento para o interior da cavidade torácica, através do diafragma lesionado, de causa adquirida ou congênita (FOSSUM, 2007; LIMA et al., 2011; SANTOS et al., 2017). O exame radiográfico possibilita revelar órgãos abdominais deslocados para o tórax, linha diafragmática incompleta, efusão pleural, este último sendo o principal diagnóstico diferencial para tal alteração, sendo necessário o exame ultrassonográfico do tórax ou radiografia contrastada para essa determinação (HARTMANN et al., 2011; THRALL, 2010). O tratamento é quase sempre cirúrgico independente de o diagnóstico ocorrer na fase aguda ou tardia (FOSSUM, 2007). A associação do exame ultrassonográfico do tórax quando não há evidências definitivas de quais órgãos abdominais estão envolvidos no estudo radiográfico mostra-se de suma importância, inclusive para o diagnóstico diferencial de efusão pleural, onde os sinais clínicos são semelhantes à hérnia diafragmática.