Última alteração: 03-09-2018
Resumo
VIANA CM*, FISCHER CDB, SANTOS EO.
Os ectoparasitas mais comumente encontrados em porquinhos-da-índia são ácaros das espécies Trixacarus caviae, Chirodiscoides caviae e mais raramente Demodex caviae e piolhos das espécies Gliricola porcelli e Gyropus ovalis. Normalmente, as dermatites parasitárias mais graves são causadas pelo ácaro Trixacarus caviae, sendo necessário extremo cuidado na manipulação de animais afetados, visto este ácaro ser zoonótico. Sarcoptes scabiei tem sido envolvido menos frequentemente em casos de sarna em porquinhos-da-índia. O gênero Sarcoptes pertence a classe Arachnida, subordem Astigmata, família Sarcoptidae, causando uma doença que se caracteriza por uma dermatite descamativa pruriginosa, com alopecia e hiperplasia epidermal. O diagnóstico pode ser realizado por observação dos ácaros ao microscópio óptico. O tratamento recomendado para Sarcoptes scabiei se baseia no uso de acaricidas sistêmicos como ivermectina ou selamectina. O objetivo deste trabalho foi o de relatar o caso clínico de dois porquinhos-da-índia com dermatopatia causada pelo ácaro, atendidos na rotina clínica do Hospital Veterinário da ULBRA. Os animais apresentavam como queixa principal o histórico de perda de pelos. Ao exame clínico evidenciou-se que a fêmea apresentava lesões mais evoluídas e disseminadas, com áreas de alopecia e descamação de pele na região tóraco-lombar, extremidades de membros e orelha, hiperemia e crostas nas mesmas regiões, prurido e como condição geral perda de peso. Já o macho apresentava-se em boa condição corporal e possuía apenas lesões na região lombar. Foi realizado exame parasitológico de pele em ambos animais que foram analisados em microscopia óptica após montagem em lâmina com hidróxido de potássio 10%. Em ambos exames se identificou formas adultas e ovos de Sarcoptes scabiei. O tratamento instituído consistiu na aplicação de 0,5 mg/kg de ivermectina, por via subcutânea, em 4 aplicações com intervalos de uma semana. A evolução do tratamento foi positiva, havendo melhora clínica. Destaca-se a necessidade, além do tratamento com fármacos, de melhorar a higienização do ambiente em que os animais são mantidos, assim como oferecer uma boa nutrição, uma vez que o agente pode estabelecer-se em animais malnutridos e que vivem em ambientes contaminados.