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REPRESENTAÇÕES DE INFÂNCIA: UM ESTUDO A PARTIR DA ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE ESCOLAS INFANTIS DE BOLONHA/ITÁLIA
Última alteração: 31-08-2018
Resumo
Este trabalho vincula-se a um projeto maior de pesquisa cujo título é "Crianças pré-escolares do século XXI: um estudo sobre representações infantis e práticas docentes". Tal projeto tem, dentre outros propósitos, observar e problematizar os espaços que vêm sendo oportunizados a crianças que frequentam a Educação Infantil, tanto em escolas da região metropolitana de Porto Alegre/RS/Brasil, como em escolas de Bolonha/Emília Romana/Itália. Neste trabalho o objetivo principal é pensar sobre alguns modos como o protagonismo de crianças vinculadas à educação infantil tem sido potencializado a partir dos espaços organizados em três escolas infantis localizadas na cidade de Bolonha/Itália. Para tanto, como estratégias metodológicas foram realizadas visitas em instituições educacionais da referida cidade. Além disso, foram consultados os sites das instituições visitadas e alguns materiais de divulgação das suas propostas pedagógicas. Analiticamente, tendo como referencial teórico os Estudos Culturais de viés pós-estruturalista, operou-se - em especial - com os conceitos de representação (HALL, 2014; WOODWARD, 2014) de Pedagogia da Infância (FORMOSINHO et al, 2007; BARBOSA, 2010) e de Pedagogia do Cotidiano (CARVALHO e FOCHI, 2016; 2017). Os resultados apontaram que o modo como os espaços são organizados (pátios, salas de descanso, salas referência, ambientes para higienização) emergem de um entendimento de criança cujas necessidades precisam ser não somente atendidas, como também exploradas. Sendo assim, esses espaços incentivam e proporcionam o desenvolvimento da autonomia e da independência das crianças, ou seja, elas podem ser consideradas as principais protagonistas de seus processos de experimentação, de crescimento e de aprendizagem. Conclui-se que, contemporaneamente, as crianças pequenas (de até cinco anos) têm ganhado protagonismo em diferentes âmbitos, dentre os quais, podemos destacar: o investigativo, o publicitário e, é claro, também o educacional. Dessa forma, as crianças passam a ser vistas como sujeitos potentes que necessitam de uma variedade de opções exploratórias que oportunizem o desenvolvimento e a ampliação de suas múltiplas linguagens. Entretanto, "é preciso não apressar, não acelerar, não entrar na lógica capitalista, mas oferecer tempo para as crianças aprenderem e apreenderem-se no mundo" (BARBOSA, 2013, p. 27).
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