Última alteração: 31-08-2018
Resumo
A pesquisa parte do argumento central de que o jornalismo não é uma propriedade da indústria da informação. Opta-se, portanto, por investigar de que modo os coletivos de mídia/jornalismo, considerados alternativos em relação às grandes empresas de comunicação, caracterizam-se quanto à processos, produtos e capacidade de inovação social. Por caracterizar-se como um negócio social (SAAD, 2014), o jornalismo não é capaz de sustentar-se economicamente se não pelo fortalecimento de sua relevância como conhecimento e capacidade de diálogo com a sociedade. Os objetivos específicos constituem-se, portanto, em: a) mapear coletivos de jornalismo existentes na região Sul do Brasil que tenham sido criados por estudantes universitários ou por jornalistas recém formados; b) traçar um perfil editorial dos coletivos em relação as temáticas abordadas, com especial atenção para os direitos humanos; c) analisar os processos de interação dos coletivos com a comunidade de leitores e d) refletir sobre a capacidade de inovação social em relação aos temas de direitos humanos. A pesquisa realiza-se a partir de três movimentos principais: o primeiro deles, centra-se num mapeamento de coletivos de jornalistas existentes na região sul do Brasil. O segundo movimento consiste na análise dos produtos oferecidos pelos coletivos, na tentativa de traçar um perfil de temas abordados, especialmente no que se refere aos direitos humanos. A terceira e última etapa seria a análise comparativa destes conteúdos com o que é produzido pela mídia tradicional. Devido à dificuldade de encontrar coletivos que atendam ao critério de pertencimento ao contexto universitário, esta análise centra-se no coletivo Maruim (Florianópolis). Na fase do mapeamento dos coletivos criados por estudantes ou jornalistas recém-formados, foi possível mapear três experiências: Maruim(Fpolis), Urbanizzar (Canoas) e Outras Vozes (Pelotas). A pesquisa bibliográfica segue em andamento, junto com as análises de conteúdo e formatos dos materiais publicados pelos coletivos. Até o momento, foi feita análise do coletivo Maruim, com preponderância evidente de temáticas relacionadas aos direitos humanos, especialmente o direito à moradia em Florianópolis (SC).