Última alteração: 24-08-2018
Resumo
Introdução
Queimaduras são causadas por energia térmica com destruição parcial ou total do tecido cutâneo e seus anexos, podendo evoluir de forma grave devido a infecções, instabilidade hemodinâmica, respostas locais e sistêmicas (MELO et al., 2014). O debridamento cirúrgico precoce é fundamental nas queimaduras de grande profundidade, minimizando infecções secundárias e efeitos sistêmicos de endotoxinas (OLIVEIRA, 2018). A ozonioterapia é uma técnica integrativa. Quando aplicada em bagging tem ação bactericida, melhora a oxigenação tecidual, e pode ser associada ao óleo ozonizado que também tem ação bactericida, modula a fase inflamatória, estimula a angiogênese, reações biológicas e sistemas enzimáticos que favorecem o metabolismo do oxigênio, auxiliando nos processos de cicatrização (MELO et al., 2014).
Objetivos
O objetivo deste trabalho é relatar a aplicação da ozonioterapia no tratamento de ferida extensa por queimadura térmica em um cão.
Relato de Caso
Foi atendida no Hospital Veterinário ULBRA um canino, poodle, fêmea, 6 anos de idade, 3,9Kg, apresentando ferida extensa em região cervical lateral, abrangendo tórax, flanco, até o membro pélvico esquerdo. Sete dias antes o animal havia passado por osteossíntese de fêmur direito, onde foi utilizado colchão térmico. A ferida apresentava eritema e áreas alopécicas, além áreas brancas, avasculares e regiões crostosas, sendo classificada como queimadura de terceiro grau. Instituiu-se tratamento com Ringer Lactato, Cefalexina, Metronidazol, Metadona, Cetamina, Meloxicam e Omeprazol; além de limpeza da ferida com solução ozonizada duas vezes ao dia, foi realizada cultura e antibiograma. Ao terceiro dia de internação foi realizado debridamento cirúrgico. No exame bacteriológico houve crescimento de Pseudomonas sp. com sensibilidade para Enrofloxacino. Foi alterada antibioticoterapia, que perdurou por 10 dias. Com a evolução, a analgesia foi substituída por tramadol e então, por dipirona, até que o animal não manifestasse dor. Após debridamento cirúrgico, a ferida continuou sendo limpa com solução ozonizada duas vezes ao dia, e após, aplicado óleo ozonizado seguido de oclusão com gaze embebida em vaselina e atadura. O tratamento foi complementado com bagging de ozônio medicinal, consistindo na aplicação por dez minutos, de O2+O3 em bolsa plástica envolvendo a ferida a cada três dias, por um mês.
Resultados e Conclusões parciais
Observou-se incremento da cicatrização da ferida com o uso da ozonioterapia, com retração ocorrendo em tempo inferior ao esperado pela terapia convencional. A remoção cirúrgica dos tecidos necrosados foi fundamental para melhor ação do ozônio tópico. Foi possível concluir através da observação clínica que a terapia com ozônio medicinal promoveu cicatrização de boa qualidade, otimizando o tempo de cicatrização. É uma terapia de baixo custo e fácil aplicação, tendo impacto direto na redução de custos e tempo de internação hospitalar, refletindo na qualidade de vida do paciente.