Introdução: O estudo do desenvolvimento dos componentes da aptidão física ao longo da ontogênese dos indivíduos, principalmente durante o período da infância e adolescência, é de fundamental importância, pois oferece aos profissionais da área da saúde, do desenvolvimento motor e de Educação Física, instrumentos através dos quais possam fundamentar as suas ações. Objetivos: avaliar a influência do fator tempo no desenvolvimento da força explosiva de membros inferiores. Metodologia: O estudo é do tipo ex-post-facto, com técnica descritiva e comparativa, com análise de corte longitudinal. A amostra constou de 212 sujeitos, sendo 98 (46,2%) do sexo masculino e 114 (53,8%) do sexo feminino, divididos da seguinte forma: Estudo 1- sete a onze anos, Estudo 2- oito a doze anos, Estudo 3- nove a treze anos, Estudo 4 - dez a quatorze anos de idade. A avaliação da força explosiva de membros inferiores foi realizada através do teste do salto horizontal. Na análise estatística, para verificar a influência do tempo no desenvolvimento da força explosiva de membros inferiores, foi utilizada a Análise para Medidas Repetidas. O nível de significância adotado foi de 5%. Para todas as análises estatísticas foi utilizado o programa estatístico SPSS for Windows 20.0. Resultados e Conclusões finais: Como principais resultados foram identificados influência significativa do tempo na mudança das médias, ao longo das idades, nos quatro estudos, apresentando um poder de observação superior a 99,9% em todas as coortes, no sexo masculino. No sexo feminino, a influência do tempo também ocorre de forma significativa em todas as coortes, entretanto, nas coortes 3 e 4 o poder de observação diminui para 99,2% e 76,8%, respectivamente. Esses resultados corroboram com os estudos de outros pesquisadores que afirmam que a força muscular aumenta linearmente com a idade no sexo masculino desde o princípio da infância, até aproximadamente os 13 ou 14 anos de idade, quando existe uma aceleração bastante importante até o final da adolescência. Entretanto, no sexo feminino a força cresce de forma linear até por volta dos 15 anos de idade, não havendo uma evidência clara no salto pubertário. Conclui-se, portanto, que o passar do tempo tem influência significativa na força de crianças e adolescentes.