Introdução: É consenso na literatura de que existem alterações eletrofisiológicas normais no coração de atletas. O Índice de Chignon-Leclercq relaciona vetores esquerdos com vetores posteriores do coração em um eletrocardiograma de 12 derivações o que pode categorizar a predominância da capacidade metabólica em atletas. Exercícios com predominância anaeróbia produzem principalmente uma hipertrofia da parede miocárdica, que é evidenciada por um incremento na voltagem das ondas S nas precordiais direitas e por uma divergência nos ângulos da QRS e T no plano horizontal. Já o treinamento predominantemente aeróbio produz uma dilatação das cavidades cardíacas, com discreto incremente na massa muscular, o que é traduzido em um aumento da voltagem das ondas R nas precordiais esquerdas, e por uma convergência nos ângulos da QRS e T no plano horizontal, apresentando maior incidência de PR longo e cardiomegalia. Objetivo: Analisar o Índice de Chignon-Leclercq de atletas de futebol profissionais, correlacionando seus resultados com o Consumo de Oxigênio de Pico (VO₂pico). Metodologia: Foram avaliados um total de 92 jogadores, com idades entre 16 e 35 anos, de dois clubes da primeira divisão do futebol brasileiro. O índice de Chignon-Leclercq foi determinado pela soma das ondas S em V1 e V2 divididas pela dupla onda R em V6 (SV1+SV2/2RV6) e o VO₂ de pico foi considerado como o maior valor em um determinado minuto durante o teste cardiopulmonar. As análises estatísticas foram realizadas no IBM SPSS v. 20,0. Os dados foram expressos pelos valores da média, desvio padrão (DP) da média, valores mínimos e máximos. As associações entre os valores do índice de Chignon-Leclercq e do VO₂ de pico foram determinados a partir do coeficiente de correlação de Pearson (r). Resultados e Conclusões finais: Segundo o índice de Chignon-Leclercq, mais da metade dos atletas avaliados (53,3%) apresentaram sistemas metabólicos nivelados, seguidos de atletas com predomínio anaeróbio (38,0%) e aeróbio (8,7%), sendo que existe correlação é significativa (p=0,009) entre o índice de Chignon-Leclercq e o VO₂ de pico (r=-0,273) de baixa magnitude. Conclui-se que o Índice Chignon-Leclercq parece ser um índice sensível na determinação da capacidade metabólica de atletas de futebol.