Portal de Eventos da ULBRA., XVII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
EDUCAÇÃO INFANTIL E CORPOS QUE FALAM
William de Oliveira Sant'anna, Jaqueline de Menezes Rosa

Última alteração: 10-09-2017

Resumo


Como se tem sabido são nos primeiros anos de infância que as crianças concebem boa parte de suas noções e concepções de corpo, tempo e espaço, bem como as relações intra e interpessoais. Entretanto atualmente, mesmo com uma rica literatura que aborde tais temas, ainda podemos nos deparar e ouvir relatos sobre ambientes de Educação Infantil que carregam consigo condutas alicerçadas em uma dissociação entre os fazeres de cuidar e educar. Em muitos destes casos, os profissionais acabam trilhando suas práticas rumo a dois extremos prejudiciais à formação das crianças: as que seguem uma linha de trabalho totalmente assistencial voltada a questões fisiológicas e as que se preocupam somente com as demandas e currículos voltados a cognição. Ambas essas práticas acabam por ignorar o corpo como importante ferramenta de aprendizagem. Assim, com base em vivências obtidas, por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência, com as turmas de Jardim I e II da Escola Municipal de Educação Infantil Vó Picucha em Canoas/RS no segundo trimestre de 2017, este trabalho busca abordar a relevância de práticas que proporcionem aprendizados reais e significativos de autoconhecimento por meio desses corpos que falam, se expressam, nos ensinam e são fontes inesgotáveis de curiosidades e descobertas. Portanto, além de contribuir-me enquanto docente em formação, estas práticas, amparadas em pressupostos como os de Vygotsky (1998), Piaget (PIAGET apud MAIA, 2007) e Pain (PAIN apud Ferrari e Sordi, 2009), este trabalho fora gratificante ao trazer como principais metas a promoção de situações que possibilitassem o autoconhecimento individual e coletivo articulados a temas conceituais/anatômicos dialogando-os, assim, às teorias e práticas atentas a esses corpos infantis sociais, expressivos e em movimento constante. Com efeito, através do uso da obra “Assim que eu sou” de Pierre Winters e em uma série de situações didáticas, a vivência desse projeto pode desacomodar, problematizar fatos e romper com visões engessadas de educação, resultando em aprendizados e avanços notáveis nas crianças que puderam entender melhor e respeitar seus próprios corpos, assim como aos dos colegas, trazendo ao ápice de nossas discussões, o cuidado de si e do outro como questão importantíssima para vida. Sem desconsiderar o lúdico e as singularidades presentes em sala, em suma, com este projeto fora possível uma multifacetada abordagem do tema correlacionando em nossos encontros vivências frente partes do corpo e suas nomenclaturas, sensações, sentimentos, saúde, higiene e, acima de tudo, a cooperação vista como fator crucial para construção coletiva de conhecimentos, construção essa que se deu através da participação efetiva (levantamento de hipóteses e reflexões) das crianças envolvidas dando sentido real ao termo ensino-aprendizagem.

 


Palavras-chave


Educação Infantil, corpo, desenvolvimento, autoconhecimento.

Texto completo: PÔSTER