Os linfomas são neoplasias linfoides frequentes em felinos. Os mediastinais envolvem órgãos como o timo e os linfonodos esternais e mediastinais. Os animais com idade entre seis meses e sete anos, positivos para o vírus da leucemia felina (FeLV), são os mais acometidos. Os sinais clínicos mais frequentes são dispneia, disfagia e anorexia. O diagnóstico da doença é obtido por avaliação radiográfica do tórax, citologia de efusão pleural e histopatologia. O estudo visa analisar os aspectos clínicos, anatomohistopatológicos e imunohistoquímicos de casos de linfoma mediastinal atendidos no Hospital Veterinário da Ulbra (Canoas, Rio Grande do Sul). No período de março a julho de 2017, os dados clínicos obtidos com relação à idade, sexo, raça e sinais clínicos, bem como os resultados de exames complementares como raio-x e teste rápido (Alere FIV/FeLV) de animais portadores de linfoma mediastinal foram analisados. As amostras coletadas (biópsia, necropsia ou citologia) foram processadas no laboratório de patologia animal do HV pela técnica histológica rotineira. As amostras positivas para linfoma serão encaminhadas para laboratório externo para exame de imunohistoquímica para avaliação da imunofenotipagem com o uso de anticorpos primários anti-CD3 e anti-CD79 para linfócitos T e B. No período, foram diagnosticados seis casos de linfoma mediastinal felino (três machos e três fêmeas). A idade dos animais afetados variou entre oito meses e 13 anos, sendo cinco sem raça definida e um da raça Persa. Do total de gatos afetados, três foram submetidos ao teste rápido (Alere FIV/FeLV), sendo dois positivos e um negativo. Quanto aos sinais clínicos, todos os gatos apresentavam anorexia, dispneia e emagrecimento. Efusão pleural foi identificada em três animais, com resultado de exame citológico positivo para linfoma. Aumento de linfonodos mediastínicos foi observado em três casos enquanto que, em outros dois, havia também aumento de volume dos linfonodos mesentéricos. Hepatomegalia foi observada em dois casos, sendo que em um deles havia também esplenomegalia. O exame radiológico evidenciou, em um dos casos, presença de massa na região mediastinal. O exame histopatológico dos linfonodos mediastinais evidenciou proliferação de linfoblastos em todos os seis casos, enquanto que nos casos de hepatomegalia e de esplenomegalia havia proliferação de linfoblastos. Conclui-se que o linfoma mediastinal acomete felinos de idade variável, nem sempre positivos ao teste rápido. Os sinais clínicos mais frequentes são anorexia, dispneia e emagrecimento. Efusão pleural pode ser observada em metade dos casos, enquanto que o comprometimento dos linfonodos mediastinais ocorre invariavelmente. Aumento de volume de linfonodos mesentéricos, hepatomegalia e esplenomegalia podem ocorrer em alguns casos. O trabalho está em andamento, em que maior número de casos será analisado, assim como a realização dos exames de imunohistoquímica para a identificação fenotípica linfocitária.

Descritores: felinos, neoplasia, linfoma, linfoma mediastinal.