O Censo 2010 (IBGE) indica a existência de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, considerando-se PcD (Pessoas com Deficiência) aqueles que declaram ter “total” ou “grande” incapacidade para enxergar, ouvir e/ou andar/subir escadas e/ou deficiência intelectual/mental. Na perspectiva da Educação Inclusiva, dados do INEP/EDUCACENSO (2016) mostram que 784.308 alunos de educação especial se encontram matriculados na rede pública e privada, em diferentes níveis:  Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, EJA (Educação de Jovens e Adultos). A partir destas informações, a presente pesquisa envolve dois dos principais eventos na área de Ensino de Ciências e Matemática: o ENEM - Encontro Nacional de Educação Matemática, cuja primeira edição ocorreu em 1987 e em 2016, a décima segunda; e, o ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, que teve sua primeira edição em 1997 e, em 2017, a décima primeira. Busca-se investigar as pesquisas apresentadas, tanto na perspectiva da educação inclusiva, quanto da educação especial, na área da Educação Matemática nas atas do ENEM e na área de Ensino de Ciências, nas atas do ENPEC. A metodologia proposta envolve levantamento bibliográfico a partir dos seguintes descritores: Educação Especial, Educação Inclusiva, deficiência visual, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, discalculia, acessibilidade. O critério de uso desses descritores foi estabelecido de acordo com as investigações desenvolvidas na linha de pesquisa em Educação Inclusiva em Ensino de Ciências e Matemática do Programa de Ensino de Ciências e Matemática – PPGECIM da ULBRA. Na análise realizada nas atas dos ENPEC, foram localizados 71 trabalhos até 2015. Em relação ao ENEM, 87 trabalhos até 2016. Os resultados parciais obtidos com essa pesquisa trazem indicadores importantes sobre o ensino de ciências e matemática na educação básica. Os dados já coletados apontam que há um número crescente de pesquisas sobre educação inclusiva e que ao serem analisadas apontam uma tendência para pesquisas que priorizam a inclusão social de alunos com deficiência nas aulas, evidenciando a carência de investigações sobre a relação desses alunos com os conteúdos científicos e matemáticos. No que concerne às práticas de inclusão em sala de aula, destacam-se dificuldades em relação a formação docente, tanto em nível de formação inicial, quanto de formação continuada. Entendemos que receber o aluno com deficiência na escola não significa necessariamente Inclusão. Com essa premissa, inferimos que questões referentes à Educação Inclusiva vêm conquistando espaço nas discussões educacionais sobre ensino de Ciências e de Matemática, no cenário brasileiro, contudo ainda há carência de pesquisas para contribuir de fato com o processo de inclusão de alunos com deficiência.