Portal de Eventos da ULBRA., XVII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO POLÍNICA DE ESPÉCIES DO CAMPUS CANOAS DA UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL DA CIDADE, RS
Aline Lima dos Anjos

Última alteração: 17-09-2017

Resumo


A dispersão de grãos de pólen no ambiente durante o processo de polinização é aspecto fundamental em estudos palinológicos, principalmente os que são voltados a análises clínicas (polinose). As vias de polinização e a quantidade de grãos de pólen produzidos pelas plantas são fatores que influenciam a dispersão polínica no ambiente. Informações sobre a produção polínica de espécies nativas do Rio Grande do Sul revelaram que a mesma está intrinsecamente relacionada à via de dispersão e a morfologia do grão de pólen. Entretanto, poucos esforços foram direcionados a análises de produção polínica de espécies exóticas que compõem as paisagens urbanas as quais podem originar transtornos alérgicos. Neste sentido, iniciou-se um estudo voltado à caracterização de produção polínica de espécies exóticas e nativas distribuídas no Campus Canoas da Universidade Luterana do Brasil. O material polínico foi obtido através da coleta de botões florais, onde foram extraídas 10 anteras por espécie, posteriormente submetidas à metodologia proposta por Carvalho (1989), as contagens foram realizadas em câmara de Neubauer. Os resultados apresentaram variação da produção de grãos de pólen por flor (g/f). As espécies com maior produção polínica foram Solanum sp. (1639750 g/f), Bauhinia variegata (1260000 g/f), Citrus x limon (772500 g/f), Dietes bicolor (163500 g/a) e Rhododendron simsii (357500 g/a). Por outro lado, Dombeya wallichii (40000 g/f), Plumbago auriculata (13750 g/f) e Malvaviscus arboreus (2500 g/f) demonstraram baixas produções polínicas em relação às demais espécies estudadas. Solanum sp. que apresentou a maior produção polínica, é polinizada por abelhas nativas que realizam buzz-pollination. Bauhinia variegata e Citrus x limon com expressiva produção polínica são entomófilas, indicando que estas altas quantidades produzidas de polén não possuem potenciais alérgicos. Em um estudo realizado no Campus Canoas durante quatro semanas a respeito de grãos de alergógenos, foi detectado a presença de espécies da família Ericaceae, que pode estar relacionada a Rhododendron simsii e também a Bauhinia variegata mas em quantidade muito baixa dispersa no ar. Este resultado mostra que a alta produção polínica e a baixa quantidade de grãos dispersos no ar podem estar relacionadas com o tipo de polinização. As demais espécies analisadas obtiveram baixa produção polínica, mostrando que não contribuem para polinose. Além disso, são espécies com via de polinização biótica. Quando estes resultados são confrontados com estudos realizados a respeito da polinose, estas espécies mostram-se com pouco potenciais alérgicos. A continuidade das análises para as demais espécies distribuídas no Campus Canoas da Universidade Luterana do Brasil, poderá revelar se a paisagem local pode estar relacionada a transtornos alérgicos da população. Embora algumas das espécies produzam grandes quantidades de pólen, o mesmo não permanece disperso no ar para provocar alergia à população.


Palavras-chave


polén, grãos de pólen, polinose.

Texto completo: PÔSTER