Os jovens que encontram-se no Ensino Médio vivem o dilema no que diz respeito à escolha da profissão. Quando se aborda esta temática, logo, o assunto é remetido aos vencimentos mensais, ao status e ao prestígio social eleito para a mesma. Contudo, o mundo do trabalho não pode restringir-se à fuga do ócio, tampouco, o sentimento de utilidade do ser humano na sociedade, mas deve revelar a dignidade do mesmo, garantindo sua sobrevivência, assim como, possibilitando o exercício das suas múltiplas dimensões culturais. Porém, um projeto de vida é um processo que deveria acontecer desde a infância, não sendo feito de repente, afinal, é a história de um indivíduo e seus valores que deseja vivenciar e defender em sociedade. Propõe-se, então, a pesquisa a partir do seguinte problema: qual o papel da Coordenação Pedagógica face às expectativas de estudantes do Ensino Médio em seu preparo para inserção no mundo do trabalho? Buscou-se situar este questionamento a partir das expectativas e angústias de estudantes do Ensino Médio, verificando suas concepções em relação ao mundo do trabalho na contemporaneidade, analisando as diferentes visões da Coordenação Pedagógica na sua efetiva preparação para o mundo do trabalho. Para isso, utilizou-se os aportes teóricos de Aragonez (2013), Azevedo e Reis (2013), Bartzen (2015), Becker (2013), Carrano et al. (2013), Frigotto (2001), Kuenzer (1989), Melo e Ximenes (2004), Pena e Anacleto (2015), Perrenoud (2008), Sacristán (2013), Simões e Silva (2013), Silva (2013), Silva (2015), Teixeira (2015) e Weber (2010), cujos estudos fundamentam-se, especialmente, a respeito de juventudes contemporâneas, currículo escolar, Ensino Médio, orientação profissional e sociedade. De abordagem qualitativa pelo viés do estudo de caso, a coleta de dados foi realizada através de um questionário, com cinco perguntas abertas, destinado a 50 (cinquenta) estudantes de uma escola da rede estadual, em que o Ensino Médio foi implantado no ano de 2016, contemplando as suas concepções, as expectativas e os receios sobre o mundo do trabalho, bem como o papel da escola e da Coordenação Pedagógica em sua preparação para inserção neste, procedendo-se a análise de discurso a partir das respostas obtidas. Ponderando as narrativas e relacionando-as com a fundamentação teórica selecionada, constatou-se que reformas e reestruturas curriculares têm intencionalidades que precisam ser discutidas por quem faz a Educação acontecer no dia a dia, como o caso do “Novo Ensino Médio”. Ainda, que se o papel da Coordenação Pedagógica não é bem definido para esses jovens e para o próprio profissional, os estudantes têm a difícil missão de encararem as incertezas da vida e do mundo do trabalho, sobretudo, quando trata-se do ingresso a um ambiente competitivo, nem sempre tão acolhedor e receptivo às necessidades individuais.