Este trabalho versa a respeito da Escola Moderna de Barcelona, criada por Francisco Ferrer y Guardia, bem como sua influência na Educação Libertária. Objetivo do trabalho é analisar a criação da Escola Moderna de Barcelona e sua influência na Educação Libertária, identificando o surgimento deste modelo de escolas no Brasil durante o século XX. A abordagem teórico-metodológica deste trabalho baseia-se na pesquisa explicativa procurando identificar, interpretar e analisar aspectos do objeto de estudo com base na bibliografia utilizada. Os principais teóricos utilizados foram: Francisco Ferrer y Guardia (2010), Silvio Gallo (1990), Evangelia Aravanis (2010), Angela M. S. Martins (2007), e Iris C. Barbosa (2013). Ferrer fundou a Escola Moderna de Barcelona em 1901, contrária a interferência do Estado e da Igreja, com o objetivo de promover educação em um ambiente laico, racional, não coercitivo e de coeducação entre meninos e meninas, onde também houvesse atividades extracurriculares. Por não ser associada ao Estado, a escola era mantida pelos pais dos alunos que pagavam conforme podiam, e também havia aulas para adultos. Junto da escola, fundou La Editorial, editora responsável pela publicação de diversos escritos da pedagogia libertária. Observou-se que o destaque de Ferrer no âmbito da educação libertária foi responsável por transformá-lo em mártir. Seu ideal de educação propagou-se para diversos países onde outras pessoas partilhavam do mesmo ideal. Segundo Barbosa (2013), os imigrantes anarquistas foram responsáveis por trazer os ideais libertários para nosso país a partir do final do século XIX. No início do século XX, foram criadas as primeiras escolas anarquistas no Brasil, sendo a Escola Moderna de São Paulo a primeira aqui fundada em 1912. No Rio Grande do Sul, em 1919 havia a Escola Moderna de Porto Alegre. Assim como em Barcelona, as escolas aqui feitas, não eram vinculadas ao Estado de forma a não se sujeitar às relações de poder e dominação da ordem vigente. Tendo em vista os resultados da pesquisa, compreende-se a relevância do conhecimento a respeito da Escola Moderna de Barcelona para a demonstração de alternativas educacionais referentes ao período. Além disso, entende-se sua relevância para o conhecimento histórico, sobretudo para o operariado anarquista. Concluímos que Francisco Ferrer y Guardia acreditava em um diferente modelo educacional que rompesse com as amarras do Estado e da Igreja. Para que isto fosse possível, lutou pelos seus ideais e morreu por conta desta defesa, consagrando-se como mártir da educação libertária. Seu trabalho obteve grande reconhecimento e propagou-se para diversos países onde outras pessoas compartilhavam do ideal de Ferrer, inclusive, como pôde-se observar, para o Brasil.