A relação do ser humano com os outros animais remonta há milhares de anos. Com o evento da domesticação algumas espécies passaram a fazer parte da rotina das famílias e a preocupação com o bem-estar animal ganhou relevância no contexto científico, moral e jurídico. No final do século XX surgiu a Ciência do Bem-estar Animal, que se ocupou em estudar as diversas formas de tratamento dispensadas aos animais, especialmente, em relação ao sofrimento causado pela ação do homem através da domesticação. As legislações de proteção animal garantem que o responsável deverá prover cuidados ao animal de companhia que estiver sob sua guarda. Pois a Lei Federal 9605 de 1998 (A Lei de Crimes ambientais) no seu art. 32 afirma que é crime “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”, além disso o Decreto Federal 24.645 de 1934 relaciona 31 condutas que são consideradas maus-tratos aos animais. E está previsto no art 3º, inc. V, que é maus-tratos “ abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência veterinária. Assim, a imunização adequada para a prevenção de doenças também deve ser considerada uma responsabilidade do tutor ou responsável pelo animal. Pois as doenças que afetarem o animal reduzirão seu bem-estar e muitas delas podem ser prevenidas através da vacinação. Um estudo foi realizado no Hospital Veterinário da Ulbra, no ano de 2016, quando foram entrevistados 50 tutores de animais de companhia. Foi verificado que 44% dos animais não tinham recebido vacinação alguma. Em especial, contra a cinomose, que é uma virose endêmica,  causada por um vírus pantrópico da Família Paramyxovirus, que possui transmissão por meio de aerossol e fômites, acometendo os sistemas gastroentérico, respiratório, tegumentar e nervoso. Ao se refletir sobre as elevadas taxas de morbidade e mortalidade da cinomose em cães, pode-se concluir que a negligência dos tutores em relação a imunoprofilaxia para prevenção da enfermidade afeta diretamente o bem-estar dos cães. Pois a cinomose ainda é uma enfermidade que causa grande sofrimento aos animais,  provocando até a morte. E a imunização inadequada está relacionada diretamente a esse fenômeno, por negligência dos tutores, que faltam com seu dever de cuidado, ao não ter uma conduta ativa.