Última alteração: 01-09-2016
Resumo
As plantas medicinais têm uma grande relevância para a população, pois são usadas constantemente para o tratamento de inúmeros problemas de saúde, sendo, por várias décadas, parte do cuidado tradicional em muitas comunidades. Apesar da ampla utilização das plantas medicinais, tem-se pouca informação a respeito de seus constituintes, bem como sobre os riscos em potencial oferecidos a saúde humana. Dentre uma grande variedade de plantas usadas com fim medicinal, encontra-se a Baccharis dracunculifolia, fonte botânica mais importante para a obtenção de uma própolis brasileira, chamada de própolis verde. Estudos fitoquímicos identificaram mais de 200 compostos, sendo os mais ativos os flavonoides, ácidos aromáticos, esteroides e açúcares. O composto polifenólico Artepelin C (ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico) é um dos principais componentes bioativos da própolis brasileira. Está presente na maioria das espécies de própolis encontrada no sudeste e sul do país e vem sendo estudado por ter apresentado atividade indutora de apoptose, imunomodulatória e antioxidante. Alguns estudos investigaram o Artepelin C em células V79 de hâmster chinês e apontaram para a genotoxicidade associada às concentrações mais altas do composto. Dessa forma, este estudo teve como objetivo avaliar a ação citotóxica e mutagênica do Artepelin C em uma linhagem celular derivada de fígado humano (HepG2). Para tanto, foi utilizado o teste de micronúcleos com bloqueio da citocinese (CBMN), que detecta eventos de alterações cromossômicas e citotoxicidade. Os resultados preliminares demonstraram que altas concentrações do Artepelin C estão associadas com inibição da proliferação celular, que pode ser visualizada pela redução dos valores referentes ao índice de divisão nuclear (IDN) em relação ao controle negativo. Por outro lado, não foram observados aumentos significativos na indução de micronúcleos nas células expostas a concentrações não citotóxicas do Artepelin C.