O Programa da Residência Multiprofissional da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) Canoas/RS propõe aos residentes no segundo ano do curso que suas atividades sejam desenvolvidas junto às políticas de saúde na Secretaria Municipal de Saúde. Dessa forma, os profissionais realizam itinerância pelos diferentes serviços disponíveis na rede e saúde de Canoas/RS, assim possibilita o conhecimento dos fluxos e a dinâmica institucional. Neste sentido, por meio da vivência nos Centros de Apoio Psicossocial (CAPS), ou seja, a Política de Saúde Mental, observou-se a participação social dos usuários em reuniões, assembléias e mobilizações na Associação Dezoito de Maio, conjuntamente com os trabalhadores, no período de março até maio de 2016. Tal processo proporciona aos atores sociais implicados, estabelecerem um vínculo, auxiliando-os na sua identidade, autonomia e cuidado. O nível grupal favorece o respeito e apoio mútuo entre seus membros, contribuindo para o pertencimento, práticas solidárias e de reciprocidade (KLEBA E WENDAUSEN, 2009). O objetivo desse relato é apresentar a importância de ampliação de defesa da saúde pelos próprios usuários do campo da saúde mental, transcendendo os CAPS. Haja vista que a associação de usuários é acessível, o poder acontece de modo horizontal, visando integrar esse paciente a sociedade. Trata-se de um estudo observacional em relação às estratégias para garantir participação social dos usuários de forma positiva para sua (re) organização. Esse método proporcionou o contato direto e freqüente entre os envolvidos, inclusive as residentes que necessariamente realizaram uma apreensão desse espaço democrático e de interação com os indivíduos envolvidos (gestores, trabalhadores, usuários e famílias).

Diante disso, o estudo revela a participação social como uma das alternativas viáveis para desmistificação sobre a incapacidade de o usuário atendido na política de saúde mental em gerir seus interesses e reivindicações. Verificou-se nas atividades observadas a importância da Associação de usuários, pois a participação social incide na adesão dos pacientes no tratamento de saúde, no empoderamento e co-responsabilização dos atores envolvidos.