A ação do homem, desprendida de cuidados com a preservação ambiental, provocou nos últimos tempos graves transformações e, por vezes, degradação de grandes áreas. Áreas degradadas são consideradas todas aquelas que apresentam sintomas de alterações ambientais, tais como: processos erosivos, ausência ou diminuição da cobertura vegetal, deposição de lixo, entre outros. Estes ecossistemas requerem atenção especial para serem reconstruídos. Neste sentido, o conhecimento do banco de pólens de áreas não antropizadas é de fundamental importância para a recuperação das áreas antropizadas. Dito de outra forma, a correlação entre assembleias polínicas de áreas não antropizadas com áreas degradadas irá fornecer dados para melhorar a fidedignidade das ações de reconstrução ambiental, onde tais ações de recuperação devem incluir a identificação do local e do tipo de ecossistema a ser restaurado, do agente causador da degradação e se há necessidade de intervenções diretas para a restauração. O projeto “Análises Integradas de amostras superficiais do município de Arvorezinha/RS”, que se concentrou em uma área de aproximadamente 45589 ha, parte da coleta de 6 amostras, em ambientes com e sem a ação antrópica, sendo as amostras 1, 2 e 3 oriundas do interior da mata em um local não antropizado e as amostras 4, 5 e 6 oriundas de uma área de cultivo. Os resultados obtidos revelaram a antropização da área de estudo. Nas amostras antropizadas foi encontrada menor riqueza de palinomorfos e uma pior preservação dos mesmos, comprovando que as atividades humanas como a agricultura podem alterar a biodiversidade de palinomorfos no solo, bem como a sua preservação. Nota-se, portanto, que esta área bastante antropizada apresenta-se com alterações significativas na sua cobertura vegetal original. Estudos desta natureza permitem alcançar um melhor dimensionamento de possíveis consequências na flora e na fauna de determinada região, tanto quanto da necessidade e forma de reconstrução do ambiente.