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A INFLUÊNCIA DA TEXTURA DO FORÓFITO SOBRE O ESTABELECIMENTO DE TIPOS DE LÍQUENS
Última alteração: 29-08-2016
Resumo
Os líquens são associações simbiontes entre algas e fungos, pioneiros na ocupação dos ambientes florestais, indicadores da qualidade do ar e indicadores de recuperação de locais antropizados e, ainda podem ser usados como herbicidas ou mesmo na fabricação de antibióticos. A estrutura do substrato e as características do ambiente são os fatores que mais influenciam na distribuição dos líquens em áreas florestais. Características físico-químicas, como dureza da casca das árvores, textura, capacidade de retenção de água e pH são determinantes na associação entre os líquens e o substrato florestal. Por motivos de praticidade, os líquens são caracterizados por sua estrutura morfológica em crostrosos, foliosos, filamentosos, fruticosos e esquamulosos. Ao conhecer as diferentes morfologias de líquens e as características que são importantes para seu estabelecimento em um habitat, foi levantada a questão: Há variação na ocupação dos tipos morfológicos de líquens em diferentes texturas de forófitos? Assumindo que a textura do forófito afeta as condições para o estabelecimento de líquens, espera-se que forófitos com fissuras maiores proporcionarão área de ocupação maior e maior riqueza de tipos morfológicos de líquens. Foi realizado um experimento em uma área do Bioma Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa, localizada no Centro de Pesquisa e Conservação da Natureza Pró-Mata. Foram selecionados 63 forófitos localizados na borda de uma trilha, onde todos apresentavam uma circunferência a altura do peito (CAP) maior ou igual à 20 cm. A amostragem foi feita na faixa entre 100 e 150 cm do solo. Para a amostragem do segmento, foi utilizado um grid com sub-parcelas de 5 x 5 cm (25 cm2), e a contabilização da área de cada líquen considerou a ocupação de ao menos 50% de cada sub-parcela do grid. Para a avaliação dos dados amostrados utilizou-se Ordenação NMDS e PERMANOVA. Os valores obtidos através da Análise de PERMANOVA foram, r2= 0,11, com um valor de p < 0,001 e através do NMDS foi verificada a relação da área relativa ocupada por cada tipo de líquen em cada textura dos forófitos. Segundo os dados apresentados percebe-se que há variação na ocupação dos tipos de líquens entre as diferentes texturas de forófitos avaliados. Ademais, há um aumento do número de tipos de líquens conforme eleva-se o tamanho das fissuras, corroborando a hipótese inicial. Além disso, é possível observar um gradiente de sucessão de tipos de líquens conforme aumenta a complexidade do substrato. Os resultados evidenciam que a presença e dimensões das fissuras presentes nos forófitos afetam a riqueza de tipos morfológicos de liquens e seu estabelecimento. Embora o presente estudo tenha caráter preliminar, possui potencial para futuros trabalhos que aprofundem as questões aqui levantadas. O potencial que os liquens apresentam para a sucessão florestal e como indicadores da qualidade dos ambientes demonstra a importância e relevância deste estudo.
Palavras-chave
epífitas, área relativa, comunidade liquênica
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