Última alteração: 29-08-2016
Resumo
Introdução: Morinda citrifolia Linn, popularmente conhecido como noni, é uma planta nativa do sudeste da Ásia e pertence à família Rubiaceae. Todas as partes da planta são utilizadas como medicamento por nativos da Polinésia para o tratamento de inúmeras doenças. Há poucos relatos quanto a presença de potenciais fatores tóxicos presentes na planta. Objetivo: Diante disto, os objetivos deste estudo foram avaliar a presença de fatores tóxicos presentes nas sementes e folhas de Morinda citrifolia (Noni), incluindo lectinas, inibidores de tripsina, urease e atividades fungicidas e/ou insecticidas. Metodologia: Extratos aquosos de sementes maduras e folhas secas foram preparados em NaPB 20 mM pH 7,5, contendo 10 mM β-mercaptoetanol. As proteínas solúveis foram quantificadas usando o método de Bradford. Ambos os extratos proteícos foram analisados por mobilidade eletroforética, atividade ureásica, atividade de hemaglutinação, atividade inibidora de tripsina e atividades antimicrobiana e inseticidas. Resultados Parciais: Folhas e sementes apresentaram, respectivamente, uma concentração de proteína de 1,46 μg/μL e 2,24 μg/μL. O perfil proteíco, em SDS-PAGE, demostrou uma ocorrência de proteínas com uma massa molecular aparente de 25 kDa no extrato de sementes, e uma maior variedade de proteínas com massa molecular entre 10 a 75 kDa no extrato de folha. Foi também possível detectar a presença de atividade ureásica no extrato de sementes, na ordem de 5,44 U/ mg.min, indicando que as sementes de noni provavelmente tem pelo menos uma isoforma de urease. Atividade hemaglutinante foi positiva em ambos os extratos. Usando-se o BAPNA como substrato, o extrato de folha foi capaz de inibir cerca de 40% da atividade da tripsina bovina. Os ensaios antifúngicos mostraram uma forte correlação negativa para o desenvolvimento de S. cerevisiae, quando foram usados ambos os extratos, semente ou folhas. No entanto, em C. tropicalis, observou-se uma correlação positiva para o crescimento dos fungos usando extratos de folha. Nos experimentos, avaliando atividade insetida, observou-se que o número de indivíduos de C. maculatus foi significativamente influenciado pelo estádio de desenvolvimento, bem como entre diferentes tratamentos usando ambos os extratos, folhas ou sementes. Portanto, os extratos aquosos de folhas e sementes de noni, apresentam fatores potenciais tóxicos que podem ser usado para aplicações biotecnológicas.