Última alteração: 05-10-2015
Resumo
O Ensino de Química no Brasil tem seu início no ano de 1925, quando o então presidente da república João Luiz Alves, decreta a lei Rocha Vaz, de Nº 16.782-A, que estabelece que “o ensino secundário passa a ser seriado [...] com a duração de seis anos [...]. Tem por finalidade fornecer preparo fundamental e geral para a vida, qualquer que seja a profissão que se dedicasse posteriormente o estudante” (PALMA FILHO, J. C., 2005). Segundo a lei, a disciplina de Química seria ministrada no 3º e 4º anos do ensino secundário, com duas cadeiras em cada ano, sendo ela essencial para aprovação no 5º ano (BRASIL, 1925). Schnetzler (2010) destaca que as “razões para esta pouca importância decorrem da nossa herança educacional, marcada por 210 anos pela educação jesuítica, caracterizada por ser [...] desinteressada dos estudos científicos”. A autora ainda faz uma análise das reformas educacionais no Brasil após a reforma Rocha Vaz e observa que, desde a reforma seguinte (em 1931), são propostos praticamente os mesmos objetivos: “promover a aprendizagem dos princípios gerais da ciência Química, enfatizar o seu caráter experimental e suas relações com a vida cotidiana dos alunos” (SCHNETZLER, 2010), os quais acredita serem apresentados apenas para afirmar a obrigatoriedade do ensino de Química no Ensino Secundário.
Em concomitância a estes objetivos retrógrados e repetitivos está a grande desmotivação e desinteresse dos alunos pelos estudos, entre eles, da Química. Dentre diversos fatores que acarretam essa desmotivação, pode-se destacar: despreparo dos professores da disciplina, métodos tradicionais de ensino, fácil acesso a qualquer conteúdo na internet, além da desmotivação do próprio professor.
Frente a isto, vê-se a necessidade dos professores de buscarem alternativas para o ensino de química, a fim de atrair a atenção e motivar os alunos, bem como despertar o interesse dos mesmos para o conhecimento da química. Foi pensando nisso que surgiu esta investigação com o intuito de encontrar alternativas simples para sanar o desinteresse e, concomitantemente, tornar o ensino de química menos tradicional.
A investigação está sendo realizada com duas turmas do 2º ano do Ensino Médio Politécnico de escolas estaduais dos municípios de Alto Feliz e Linha Nova, ambas no interior do Estado do Rio Grande do Sul. Durante a mesma, serão aplicadas diferentes metodologias de ensino, como o ensino da geometria molecular utilizando balas de goma e palitos de dente, o ensino dos fatores que alteram a velocidade de reação através de experimento com comprimidos efervescentes, água, balões e garrafinhas pet, além de WebQuest e Quizmica um jogo pedagógico de perguntas e respostas. Os dados a serem levantados na pesquisa serão analisados a partir da Análise de Conteúdo de Bardin.
O método da pesquisa consiste, basicamente, em aplicar as atividades citadas anteriormente em uma das turmas, ao passo que, na outra é ministrada apenas aulas teóricas sobre o mesmo assunto. As atividades são intercaladas entre as turmas, ou seja, a próxima atividade será aplicada naquela que teve aula exclusivamente teórica e, consequentemente, a da atividade anterior terá aulas teóricas.