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As interpretações ecológicas a partir de grãos de pólen de gramíneas, amplamente encontrados em registros fósseis de ambientes campestres a partir do Mioceno, é dificultada devido ao fato da família ser estenopolínica. Tentativas promissoras para superar este problema são as descrições da morfologia polínica de espécies modernas para reconhecimento destas nos registros fósseis. Neste sentido, foram selecionadas espécies da tribo Cynodonteae da família Poaceae que estão distribuídas em vegetações campestres no Rio Grande do Sul para caracterização morfológica de seus grãos de pólen. O material polínico obtido através de exsicatas depositadas no herbário ICN foi processado pela técnica de acetólise e as lâminas montadas com gelatina glicerinada foram depositadas na Palinoteca do Laboratório de Palinologia da Ulbra. Os grãos de pólen de Bouteloua megapotamica, Chloris canterae, Cynodon dactylon, Eustachys distichophylla, Gymnopogon spicatus, Microchloa indica e Spartina ciliata apresentaram abertura monoporada, forma esférica e tamanho que variou de pequeno a médio. A descrição polínica inédita de todas as espécies estudadas para o Rio Grande do Sul e Brasil, além de seis descrições inéditas para a América do Sul demonstra a carência de dados morfológicos polínicos da tribo Cynodonteae. A morfologia polínica semelhante entre táxons da tribo Cynodonteae impede até o momento a distinção de seus grãos de pólen em menores níveis taxonômicos. Contudo constatou-se variação do diâmetro dos grãos de pólen correspondente a suas espécies, de 22 a 38 µm, que pode gerar padrões para aplicação em registros fósseis.

Grãos de pólen. Gramíneas. Ecossistemas campestres.