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ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NO AMBIENTE HOSPITALAR: RELATO DE CASO
Última alteração: 10-09-2019
Resumo
Estudo de caso sobre um sujeito avaliado com disfagia, disfonia e afasia, assistido durante internação hospitalar em um hospital escola da região metropolitana do Rio Grande do Sul. A disfagia é um distúrbio da deglutição decorrente de causas neurológicas e/ou estruturais e reflete em problemas do transporte do bolo alimentar da boca até o estômago, podendo causar problemas pulmonares por aspiração do conteúdo ingerido e complicações (desidratação, desnutrição e óbito) (ASHA, 2004; PADOVANI et. al, 2007). A afasia é uma alteração no conteúdo, na forma e no uso da linguagem e seus processos cognitivos subjacentes (ORTIZ, 2010). O objetivo do trabalho foi relatar os dados encontrados nas avaliações realizadas, o processo terapêutico e os resultados alcançados a partir de intervenções durante o período da internação. Sujeito do sexo masculino, 47 anos, identificado por JD, que apóssofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, apresentouhemiparesia à direita, disfagia orofaríngea, disfonia orgânica e afasia, fez usode sonda nasoenteral (SNE) e traqueostomia. Foi realizada análise doprontuário eletrônico e revisão dos protocolos aplicados do serviço (protocolosadaptados de avaliação fonoaudiológica da disfagia em pacientes adultos etraqueostomizados); para analisar a linguagem foi usado o protocolo deavaliação breve da linguagem M1- Alpha (ORTIZ et. al, 1993); e analisados osachados radiológicos da videofluoroscopia da deglutição (GONÇALVES eVIDIGAL 2004). Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UniversidadeLuterana do Brasil (68344417.9.0000.5349), descrevendo os diagnósticosfonoaudiológicos e os resultados obtidos após a intervenção terapêutica. Osdiagnósticos iniciais realizados a partir das avaliações de deglutição elinguagem foram: disfagia orofaríngea de grau moderado a grave (PADOVANIet. al, 2007), disfonia orgânica moderada (ASHA, 2003) e afasia transcorticalmotora com predominância de fala jargonafásica e agramatismos (ORTIZ et. al,1993). Com a intervenção fonoaudiológica e da equipe multiprofissional osujeito foi decanulado e apresentou êxito no desmame da SNE, a escala FOISinicial pontuando um (alimentação exclusiva por via alternativa) e final cincocom alimentação via oral plena, com adaptação na consistência pela disfagiaainda presente (CRARY et. al, 2005). As intervenções realizadas foram: terapiaindireta e direta da deglutição, aplicação de bandagens elásticas, realização deexercícios miofuncionais e vocais, terapia de linguagem através da estimulaçãoda expressão verbal, sendo realizados 13 atendimentos. Ao final do processoJD apresentou melhora da disfagia (passando do grau moderado a grave paramoderado), da disfonia (passou de moderada para leve) e melhora da afasia(formulando frases curtas e melhora da jargonafasia). Assim, observa-se aimportância da atuação fonoaudiológica no ambiente hospitalar com pacientesque sofreram AVC, evitando complicações clínicas atuando na fase aguda,diagnosticando e reabilitando os aspectos da deglutição, voz e linguagem.
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