Nos últimos anos a utilização de tecnologias digitais no ensino e aprendizagem da Geometria têm influenciado, tanto pesquisas relativas ao desenvolvimento do pensamento geométrico dos estudantes, como a postura e ação dos professores. Kaiber, Vecchia e Scapin (2010)apontam que a exploração de recursos computacionais se faz necessária para que a educação cumpra seu papel, propiciando aos estudantes interação com um espaço de aprendizagem diferenciado, com acesso a diferentes mídias como softwares, vídeos, objetos de aprendizagem, entre outros.  Neste contexto, apresenta-se, aqui, parte de uma pesquisa vinculada ao projeto “Investigando o Ensino e a Aprendizagem da Matemática na Educação Básica e no Ensino Superior: Aportes Teóricos, Tendências Didático Pedagógicas e a Apropriação dos Conhecimentos Matemáticos”, que teve como objetivo investigar as possíveis contribuições do uso de uma Unidade de Ensino e Aprendizagem (UEA), com recurso às tecnologias digitais, no desenvolvimento de conceitos da Geometria Espacial, junto a um grupo de estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de uma escola estadual do município de Canoas/ RS. A UEA foi constituída por um conjunto de materiais didáticos e de atividades a serem desenvolvidas em sala de aula, com forte recurso às tecnologias digitais e organizada em três eixos: Geometria de Posição; Noções primitivas e Conhecimentos Básicos e Poliedros (Prismas e Pirâmides). Particularmente, destacam-se resultados referentes a uma análise qualitativa realizada em uma atividade proposta no eixo Noções Primitivas e Conhecimentos Básicos da Geometria que envolvia o uso do software GeoGebra, tomando como referência os constructos do modelo de Van Hiele do desenvolvimento do pensamento geométrico que se buscou adaptar para a Geometria Espacial (RODRIGUES e KAIBER, 2016). A atividade solicitava que os estudantes com o auxílio do software GeoGebra construíssem sólidos geométricos e os caracterizassem. Resultados apontam que o recurso as tecnologias digitais, particularmente a utilização do software GeoGebra, potencializou o trabalho dos estudantes, uma vez que possibilitou a visualização, construção e, principalmente, a movimentação de diferentes objetivos geométricos permitindo os estudantes identificar propriedades, analisar, conjecturar e propor soluções. Considerando o modelo de van Hiele adaptado, foi possível identificar que os estudantes movimentavam muito bem no nível de visualização (nível 1), não apresentando dificuldades na identificação e representação do objeto construído no software. Com relação às habilidades correspondentes aos níveis de análise (nível 2) e de dedução informal (nível 3), foi possível identificar evidências do reconhecimento de características, propriedades dos objetos geométricos propostos, bem como, apropriação das definições e conceitos estudados identificando-se, porém, espaço para desenvolvimento especialmente no nível 3 do modelo.