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MOVIMENTO CIRÚRGICO NO TRATAMENTO DA CLASSE III E REPERCUSSÕES SOBRE O ESPAÇO AÉREO FARÍNGEO: O QUE SE PODE ESPERAR?
Última alteração: 10-09-2019
Resumo
O tratamento da deformidade dentofacial através da cirurgia ortognática pode alterar as dimensões do espaço aéreo faríngeo (EAF), podendo reduzir ou ampliar, dependendo do movimento determinado. A correlação entre a proporção entre o movimento maxilomandibular durante a cirurgia e a quantidade de modificação do EAF pode ser uma informação útil para o planejamento cirúrgico dos pacientes. O objetivo desse trabalho foi avaliar as alterações determinadas pela cirurgia bimaxilar sobre o EAF e osso hióide em pacientes Classe III. Foram avaliadas telerradiografias de perfil pré e pós-operatórias de 26 pacientes submetidos a cirurgia bimaxilar: G1 - avanço maxilomandibular e G2 - avanço maxilar e recuo mandibular. Foram realizadas medidas lineares e angulares utilizando o Radiocef/Radiomemory®. A variável de desfecho foi a repercussão dos movimentos cirúrgicos sobre o espaço aéreo faríngeo e osso hioide, enquanto as de exposição incluíram idade, gênero e movimentação maxilomandibular. A cirurgia de avanço maxilomandibular determinou aumento nas medidas do espaço faríngeo superior (48,41%) e posterior (18,45%), diretamente correlacionados ao movimento de avanço maxilar e mandibular, respectivamente, sem alteração na posição do osso hioide; já a cirurgia de avanço maxilar e recuo mandibular ocasionou ganho no espaço aéreo faríngeo superior e médio, diretamente correlacionado com o movimento de avanço maxilar realizado (75% e 35,93%, respectivamente), sem alterações decorrentes do recuo mandibular ao nível desse espaço. Nesses pacientes, quanto maior o recuo mandibular, maior o deslocamento inferior do osso hióide. Pode-se concluir que nos pacientes Classe III, a cirurgia de avanço da base óssea maxilar ou maxilomandibular predispôs ganho no espaço faríngeo superior, sugerindo benefício clínico a nível respiratório, enquanto o movimento de recuo mandibular, diferente do esperado, não trouxe consequências significativas para esse espaço. Foi perceptível que, nesses pacientes, quanto maior o recuo mandibular, maior o deslocamento inferior do osso hióide, podendo trazer repercussões a nível respiratório a longo prazo.
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