Portal de Eventos da ULBRA., XIV FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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O MANEJO DO VOLVO DE SIGMÓIDE ATRAVÉS DA COLOPEXIA: RELATO DE CASO
Mônica Silva Braz, Mateus Silva Sobreira, Carolina da Silva Mengue, Natália Fehlauer Cappellari, Diego Sisto Seidl

Última alteração: 22-10-2014

Resumo


Objetivo: O volvo de sigmóide (VS) não é uma causa incomum de obstrução intestinal e permanece associado a expressivas taxas de morbimortalidade. Este trabalho avalia a utilização da pexia do cólon sigmóide como forma terapêutica do VS. Método: Paciente do sexo masculino, 35 anos, previamente hígido, admitido em nossa instituição com quadro de obstrução intestinal por VS, foi submetido a laparotomia em caráter de urgência após insucesso na tentativa de redução endoscópica do VS. Após redução cirúrgica e drenagem do conteúdo colônico por punção, e dada a ausência de sofrimento isquêmico, foi realizada fixação cirúrgica ampla do cólon sigmóide redundante na posição mais anatômica possível, através de múltiplos pontos de sutura absorvível realizados entre cólon sigmóide e peritônio parietal, segmentos de cólon sigmóide, e segmentos de mesosigmóide. Resultados: Apresentando boa evolução clínico-cirúrgica, o paciente recebeu alta hospitalar sem complicações, e permanece sem recorrência, assintomático, decorridas 15 semanas até então. Discussão: Tradicionalmente, a sigmoidectomia (com ou sem anastomose primária) é tida como o tratamento definitivo convencional para o VS, dada a recidiva de até cerca de 40-70% nos casos de redução endoscópica isolada. Entretanto, a taxa de complicações graves associada a modalidades cirúrgicas desse tipo (ressectivas) ainda é elevada, mesmo na ausência de isquemia; entre elas, complicações relacionadas à anastomose, ostomia e de ordem infecciosa. Como alternativa, diversas formas de fixação do cólon sigmóide já foram relatadas para os casos livres de gangrena, entre as quais se destaca a colopexia cirúrgica. Comparando-se com a sigmoidectomia, há indicativos de que a colopexia possa reduzir significativamente a mortalidade no tratamento do VS, evitando de modo igualmente efetivo sua recorrência. Contudo, são poucos os estudos que comparam a colopexia às modalidades cirúrgicas padrão, raros expõem detalhadamente a forma de colopexia empregada (havendo ainda confusão no que tange às nomenclaturas), e geralmente o universo de pacientes considerado é reduzido, tornando escassas as evidências. Conclusão: considerando os elevados índices de morbimortalidade associados ao manejo usual do VS, uma rediscussão dessa abordagem deve ser realizada, através de maiores estudos sobre as possibilidades cirúrgicas não ressectivas - em especial a colopexia - que poderá se mostrar como a melhor opção para o tratamento definitivo dessa patologia.