A Educação Ambiental (EA) é tema bastante debatido no mundo acadêmico e escolar devido a sua importância para o desenvolvimento da cidadania voltada para transformação socioambiental do aluno. Na década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Saúde (UNESCO) que somos país signatário, voltamos o olhar para a Educação em Ensino de Ciências e Matemática para a Sustentabilidade, neste estudo especificamente sobre EA. É na Educação Básica (EB) que os alunos aprofundam seus conhecimentos em EA, interligado com as diversas disciplinas do currículo básico obrigatório das escolas. Tendo como justificativa os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) que orientam a transversalidade da EA em todas as modalidades de ensino. Entretanto antes da EA chegar à EB, uma etapa muito importante se fez necessária, a formação dos professores do ensino formal, nas diferentes disciplinas. Desta forma a presente pesquisa propôs investigar os currículos dos cursos de formação dos professores de todas as Instituições de Ensino Superior (IES) presencial do estado do Rio Grande do Sul (RS). Foram pesquisadas no site do E-MEC todas as IES presentes nas sete mesorregiões do estado com cursos de licenciaturas em ensino de Ciências (Biologia, Física e Química) e Matemática. Foram localizados 34 cursos de Biologia, 14 de Física, 36 de Matemática e 15 de Química, totalizando 99 cursos. Posteriormente foi feita a coleta dos currículos dos cursos no site das IES, algumas possuem mais de um campus utilizando o mesmo currículo, sendo investigados 81 currículos, verificando assim a ocorrência ou não da EA. Destes 81 currículos, 69 não dispõe da disciplina de EA no currículo obrigatório. Para conhecer o método que estes cursos utilizam para trabalhar a EA, foi elaborado um questionário online e encaminhado às coordenações dos cursos para verificar o método utilizado para trabalhar a EA, investigação em fase de coleta de dados. Podemos concluir até o momento que a maioria das instituições não disponibiliza a EA em seus currículos obrigatórios. Mesmo a EA podendo ser trabalhada de forma transdisciplinar conforme as diretrizes nacionais percebe-se através da literatura já pesquisada a falta de preparo por parte dos professores para trabalharem questões ambientais integradas a sua matéria específica, sendo, portanto trabalhada de forma incipiente e superficial. A inclusão da EA no currículo de formação obrigatório dos professores se torna motivo de estudo para podermos verificar se os futuros professores estarão preparados para trabalhar a temática ambiental na EB, com conteúdos como a economia, sociedade e ambiente. Temas que exigem uma visão holística e aporte histórico que a EA vem construindo desde a segunda metade do século passado e ainda assim não ganhou o destaque que deveria dentro das instituições de ensino.