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A radioterapia é utilizada no tratamento do câncer para destruir células neoplásicas empregando radiação ionizante no tecido alvo, podendo atingir células saudáveis, apresentando uma reação cutânea denominada de radiodermatite. Os usuários de radioterapia apresentam diferentes graus de radiodermatite, evoluindo de hipersensibilidade local, eritema, prurido, perda da barreira protetora da pele, edema, dor e descamação seca ou úmida, levando a uma redução da qualidade de vida do paciente e possível interrupção do tratamento radioterápico. Não existe um protocolo de tratamento específico para esta condição clínica, a hidratação da pele deve ser restaurada para o melhor funcionamento dos seus mecanismos de proteção e cicatrização. Assim, o objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de uma emulsão para ser utilizada no primeiro grau da radiodermatite, reduzindo as chances desta evoluir para o grau 2 e objetivando o controle do quadro inflamatório característico. Insumos que foram eleitos com base em dados de literatura, buscando estabelecer uma formulação eficaz e de baixa toxicidade. A forma de emulsão foi a escolhida em função de sua boa espalhabilidade e fácil aceitação do paciente. Empregou-se um agente espessante e emulsificante em dimeticone, proporcionando uma melhora no sensorial. Utilizou-se preparação à frio, com adição do veículo sobre o sistema emulsionante, formando um gel creme. Os demais constituintes da formulação foram adicionados posteriormente, com agitação constante. A emulsão desenvolvida consistiu numa composição contendo óleo de girassol, glicerina, vitamina B3 e acetato de tocoferila. O óleo de girassol e a glicerina apresentam atividade como regeneradores teciduais, o que pode ser de interesse na manutenção da atividade mitótica da camada basal da epiderme, comumente afetada pela exposição à radiação. A glicerina ainda apresenta forte característica higroscópica, sendo responsável por efeito umectante na pele, o que pode auxiliar na manutenção da função barreira da epiderme, na redução do prurido decorrente da radiodermatite e no controle da inflamação. A vitamina B3 pode reduzir a dispersão de melanina para os queratinócitos, levando à redução da ocorrência de hiperpigmentação pós-inflamatória, quadro que pode se estabelecer com comprometimento permanente do tecido mesmo após interrupção do tratamento. Finalmente, o acetato de tocoferila apresenta atividade antioxidante, com consequente efeito no controle do quadro inflamatório da lesão. Estudos posteriores de avaliação de eficácia quanto à atividade anti-inflamatória aguda e crônica serão conduzidos.