Portal de Eventos da ULBRA., XIV FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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PRODUÇÃO POLÍNICA DE SOLANUM SISYMBRIIFOLIUM LAM. (SOLANACEAE) E A COLETA DE PÓLEN PELAS ABELHAS VISITANTES FLORAIS
Andre Fernandes Ramos, Soraia Girardi Bauermann, Letícia Azambuja Lopes, Andréia Cardoso Pacheco Evald

Última alteração: 22-10-2014

Resumo


A polinização pelas abelhas exerce papel fundamental na sobrevivência das angiospermas, devido a sua alta especialização na coleta de pólen, néctar e resinas. Cerca de 400 gêneros e 65 famílias de plantas, 7% das angiospermas, compartilham flores com anteras de deiscência poricida, como a família Solanaceae, restringindo a liberação dos grãos de pólen de forma efetiva, necessitando de um mecanismo específico, denominado buzz pollination ou síndrome de polinização vibrátil, realizado por determinados grupos de abelhas.  A produção polínica nas plantas é um fator importante no processo de polinização uma vez que influi no comportamento dos visitantes florais que será determinante no fluxo gênico da população. Este trabalho teve como objetivo avaliar a produção polínica e o potencial de coleta dos grãos de pólen pelas abelhas nas flores de S. sisymbriifolium Lam. Foi estabelecida a produção polínica de Solanum sisymbriifolium em cada antera (g/a), através da coleta botões florais em preantese. O comportamento das abelhas visitantes florais foi observado. Doze botões florais foram previamente protegidos da ação dos visitantes florais, posteriormente disponível e após a visita da abelha foram coletadas as flores e as respectivas abelhas para análise da quantidade de pólen removido das anteras e pólen presente no corpo das abelhas. A produção polínica média nos botões florais de S. sisymbriifolium foi de 1.164.000 grãos de pólen por antera. Foi observado o comportamento de 42 abelhas das famílias Andrenidae (vídeo 1), Apidae (vídeo 2) e Halictidae (vídeo 3). Analisadas 35 flores após uma única visita verificou-se que Andrenidae, Apidae e Halictidae removeram 62%, 60% e 44% respectivamente. Destas abelhas, 15 apresentaram 90% ou mais grãos de pólen de S. sisymbriifolium e em 30 abelhas houve registro deste grão de pólen na categoria dominante. Abelhas maiores (Apidae) vibram todas as anteras concomitantemente enquanto abelhas menores (Andrenidae e Halictidae) vibram individualmente necessitando maior tempo de visita. A deiscência poricida das anteras faz com que S. sisymbriifolium restrinja a diversidade de polinizadores aptos na coleta do recurso floral, capazes de extrair mais de 60% dos grãos de pólen em uma visita. No presente estudo, foi observado que abelhas menores permaneceram, em média, tempo superior nas anteras quando comparados às abelhas maiores. Assim, verificou-se maior eficiência de remoção dos grãos de pólen pelas abelhas maiores em relação às abelhas menores, devido ao fato de ficarem menos tempo sobre as anteras e extraírem quantidades de pólen semelhantes às abelhas menores, que retiraram em torno de 690.000 grãos de pólen e permaneceram por mais tempo. (FAPERGS Processo 12/2176-6)