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Trajetória reprodutiva e aborto pós-diagnóstico entre mulheres vivendo com HIV/Aids no sul do Brasil
Última alteração: 22-10-2014
Resumo
Compreender o HIV se conjuga a outros fatores que influenciam na decisão por terminar uma gravidez. Foram estudadas as trajetórias de vida de 18 mulheres que declararam ter tido aborto após o diagnóstico. Essas mulheres tinham entre 18 e 49 anos e frequentavam serviços públicos de saúde especializados no tratamento de pessoas vivendo com HIV, em Porto Alegre. O tempo entre o diagnóstico e o aborto foi de 2 anos ou menos para a maioria das mulheres. Para parte delas, o aborto não encerrou a vida reprodutiva. Estar vivendo com HIV foi a razão mais frequente para o término voluntário da gestação. Apesar disso, parte das mulheres que declararam essa motivação tiveram outros filhos pós-diagnóstico. Na maioria das gestações, a mulher coabitava com o companheiro, embora a troca de parcerias entre gestações tenha sido recorrente. A análise dos dados indica que não há um perfil específico de mulher que aborta após o diagnóstico de HIV. O diagnóstico, apesar de poder estar envolvido na decisão por abortar, não implica, necessariamente, no fim da trajetória reprodutiva. Essa decisão é, portanto, situacional e influenciada por diversos outros fatores, que remetem a momentos específicos do ciclo de vida, formas de organização familiar e de parceria e ao contexto socioeconômico no qual a gravidez acontece.
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