Última alteração: 22-10-2014
Resumo
A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa considerada como um grave problema de saúde pública nos dias atuais. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), houve uma redução significativa do número de casos e de óbitos por TB nas últimas duas décadas. De 2010 para 2011, a queda do coeficiente de incidência foi de 2,2% e o de mortalidade caiu 41% desde 1990. Esses indicadores também estão em queda na maioria dos 22 países de alta carga de TB, responsáveis por 82% dos casos mundiais, grupo ao qual o Brasil pertence. No País, foram notificados 70.047 casos novos em 2012 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Entre os Estados prioritários para o controle da TB no país, podemos destacar: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. O Ministério da Saúde (MS) estabeleceu como prioridades, para 2013, a ampliação do diagnóstico com implantação de nova tecnologia e o fortalecimento das ações de TB na atenção básica. Dessa forma, a detecção da TB na sua fase inicial é de extrema importância, pois evita a utilização inadequada de medicamentos potencialmente tóxicos. O diagnóstico precoce é a principal ação para controlar a doença e pode ser influenciado por aspectos do doente e do sistema de saúde. O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura a partir de estudos que relatam atrasos no diagnóstico de TB no Brasil. Foi necessário resumir o tempo do paciente para procurar atendimento e o tempo do serviço de saúde para a obtenção do diagnóstico. A pesquisa bibliográfica foi realizada através de busca nas seguintes bases de dados: Medline, Lilacs e Embase. Utilizou-se os seguintes descritores:Tuberculose/Tuberculosis; saúde pública/public health; diagnóstico/diagnosis, atraso no diagnótico/ diagnosis delay; Rastreamento/Screening. O tempo de abrangência escolhido compreende os últimos dez anos. A pesquisa bibliográfica inicial identificou um total de 654 estudos com potencial. Desses 622 não forneciam adequadas informações sobre os tempos de atraso ou foram realizados em outros países. E dos 32 estudos restantes, selecionamos 8 que se enquadravam nos critérios de inclusão e exclusão. Os tempos de atraso do paciente, atraso do serviço de saúde e atraso total variaram de 14,5-76 dias, 10-30 dias e 40-110 dias, respectivamente. O estudo realizado em Vitória, ES, apresentou os maiores tempos, tanto em relação ao paciente, quanto ao serviço de saúde. A média de tempo do paciente para procurar atendimento, na maior parte dos estudos, foi superior a média de tempo do serviço de saúde. Esse foi um achado encontrado também em estudos realizados em outros países. Podemos concluir que nos estudos avaliados por essa revisão os tempos para procura do paciente com TB aos serviços de saúde e os tempos para diagnóstico foram longos, sugerindo a necessidade de se reavaliar pontos chave que contribuíram para a ocorrência desses atrasos.