A Síndrome de Burnout tem como principal característica a tensão emocional e estresse crônicos. Esse estado vem precedido de intenso esgotamento físico e mental e é provocado por condições de trabalho desgastantes, refletindo-se em atitudes negativas como: ausência ao trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, dentre outras. Atinge pessoas sem antecedentes psicopatológicos e afeta, especialmente, aqueles que necessitam, em seu trabalho, manter contato próximo com outros indivíduos. Trabalhadores da saúde, professores e policiais estão entre os grupos mais afetados. Em função de sua importância, este trabalho tem como objetivo apresentar um estudo de caso de uma trabalhadora da saúde que vive essa síndrome e sua repercussão na vida de relações. Foi entrevistada uma técnica de enfermagem, trabalhadora de uma unidade básica de saúde, de 32 anos, atua há sete anos nessa unidade situada na região metropolitana de Porto Alegre, mesmo município onde reside. Vem apresentando dificuldades no trabalho há três anos, devido a inconsistências no sistema de trabalho e na forma como a coordenação conduz as relações entre a equipe e na relação equipe/clientes. Relata que, em função disso, está se tornando uma pessoa seca, incapaz, intolerante. Não se encontra motivada com o trabalho e somente se sente satisfeita quando acredita ter auxiliado alguém. Sente dor muscular e irritabilidade. Também relata estar deprimida. Atualmente, está afastada do trabalho e refere não querer voltar a trabalhar. Diz que essa situação está afetando a sua vida de relações e sua percepção de si própria. Percebe-se que a síndrome afeta o indivíduo em todos os setores da sua vida, portanto se faz necessário a realização de estudos que possibilitem o desenvolvimento de ações promotoras da saúde desses trabalhadores.