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COMPARAÇÃO DE REMOÇÃO DE SEMENTES DE Araucaria angustifolia EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA E MONOCULTURA DE EXÓTICAS NO SUL DO BRASIL
Última alteração: 07-01-2014
Resumo
A Floresta Ombrófila Mista (FOM), ocorrente no do Rio Grande do Sul, resultou da interpenetração das floras de origem austral-andina e tropical afro-brasileira. A Araucaria angustifolia (Bertol) kuntze, elemento principal da FOM imprime aspecto fitofisionômico a esta. Por ação antrópica, a área de ocorrência da FOM está reduzida a 4% de sua extensão original. A araucária é uma árvore de grande porte, com altura de 15 a 20 metros (adulta). Ocorre em densidades variadas, de acordo com o estágio sucessional e condições ambientais. Produz grande quantidade de sementes, recurso chave nos ambientes em que ocorrem em abundância, já que servem de alimento para diversas espécies de vertebrados. A predação de sementes é uma das maiores causas de mortalidade entre plantas e pode sofrer influência de fatores como tamanho e qualidade da semente, presença de polpa, infestação por insetos e época do ano. Os objetivos deste trabalho foram comparar a predação das sementes de araucária em ambientes de FOM e Monocultura de exóticas. O estudo foi realizado na Floresta Nacional de São Francisco de Paula (FLONA-SFP), no estado do Rio Grande do Sul, nos dias 13 e 14 de abril de 2013. A vegetação da FLONA – SFP constitui-se por um mosaico de formações (FOM, florestas de transição e bosques cultivados), onde 56% da cobertura vegetal corresponde à vegetação natural, possuindo também grande área de reflorestamento por Pinus, Eucalyptus spp. e A. angustifolia. Para a realização do experimento foram coletadas 180 sementes de A. angustifolia e selecionadas três manchas em cada área de estudo (FOM e Monocultura de exóticas). Em cada mancha foram distribuídas 10 sementes por ponto, sendo três pontos por cada mancha. As sementes foram alocadas de forma circular e os pontos foram marcados com GPS. Utilizou-se o teste t para amostras independentes comparando a remoção média entre as áreas, considerando Monocultura e FOM como grupos. Considerou-se o nível de significância para o teste P< 0,05. A checagem dos pontos foi realizada na manhã do dia seguinte. Na mancha 1 de mata nativa, no ponto 1 foi removido um pinhão; os pontos 2 e 3 não houve remoção de sementes, assim como todos os pontos da mancha 2 de mata nativa. Na mancha 3 de mata nativa, no ponto 1 foram removidos seis pinhões; no ponto 2 houve remoção de quatro pinhões; no ponto 3 houve remoção de três pinhões. Nas três manchas de monocultura, não houve remoção de sementes. Apenas no ponto 3 da mancha 3 foi encontrado um pinhão roído. Através da análise estatística, chegamos a um resultado de a remoção de sementes de Araucária foi significativamente diferente entre as áreas de monocultura e FOM (P=0,023; t=1,034; gl=4). O presente trabalhou mostrou uma maior incidência de remoção de sementes em mata nativa com presença da Araucária, do que em área de monocultura de exóticas, corroborando que a dispersão de sementes de Araucária ocorre por serem consumidas e/ou carregadas preferencialmente em floresta nativa.
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