Portal de Eventos da ULBRA., XIII FÓRUM DE PESQUISA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (Canoas)

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COMPARAÇÃO DE REMOÇÃO DE SEMENTES DE Araucaria angustifolia EM FLORESTA OMBRÓFILA MISTA E MONOCULTURA DE EXÓTICAS NO SUL DO BRASIL
Andressa Manica Gandini, Barbara Lopes Alderete, Carla Josiane Terres, Crislaine Maria Carvalho da Cruz, Tatiani Roland Szelest, Viviane Boni Signori, Diego Marques Henriques Jung

Última alteração: 07-01-2014

Resumo


A Floresta Ombrófila Mista (FOM), ocorrente no do Rio Grande do Sul, resultou da interpenetração das floras de origem austral-andina e tropical afro-brasileira. A Araucaria angustifolia (Bertol) kuntze, elemento principal da FOM imprime aspecto fitofisionômico a esta. Por ação antrópica, a área de ocorrência da FOM está reduzida a 4% de sua extensão original. A araucária é uma árvore de grande porte, com altura de 15 a 20 metros (adulta). Ocorre em densidades variadas, de acordo com o estágio sucessional e condições ambientais. Produz grande quantidade de sementes, recurso chave nos ambientes em que ocorrem em abundância, já que servem de alimento para diversas espécies de vertebrados. A predação de sementes é uma das maiores causas de mortalidade entre plantas e pode sofrer influência de fatores como tamanho e qualidade da semente, presença de polpa, infestação por insetos e época do ano. Os objetivos deste trabalho foram comparar a predação das sementes de araucária em ambientes de FOM e Monocultura de exóticas. O estudo foi realizado na Floresta Nacional de São Francisco de Paula (FLONA-SFP), no estado do Rio Grande do Sul, nos dias 13 e 14 de abril de 2013. A vegetação da FLONA – SFP constitui-se por um mosaico de formações (FOM, florestas de transição e bosques cultivados), onde 56% da cobertura vegetal corresponde à vegetação natural, possuindo também grande área de reflorestamento por Pinus, Eucalyptus spp. e A. angustifolia. Para a realização do experimento foram coletadas 180 sementes de A. angustifolia e selecionadas três manchas em cada área de estudo (FOM e Monocultura de exóticas). Em cada mancha foram distribuídas 10 sementes por ponto, sendo três pontos por cada mancha. As sementes foram alocadas de forma circular e os pontos foram marcados com GPS. Utilizou-se o teste t para amostras independentes comparando a remoção média entre as áreas, considerando Monocultura e FOM como grupos. Considerou-se o nível de significância para o teste P< 0,05. A checagem dos pontos foi realizada na manhã do dia seguinte. Na mancha 1 de mata nativa, no ponto 1 foi removido um pinhão; os pontos 2 e 3 não houve remoção de sementes, assim como todos os pontos da mancha 2 de mata nativa. Na mancha 3 de mata nativa, no ponto 1 foram removidos seis pinhões; no ponto 2 houve remoção de quatro pinhões; no ponto 3 houve remoção de três pinhões. Nas três manchas de monocultura, não houve remoção de sementes. Apenas no ponto 3 da mancha 3 foi encontrado um pinhão roído. Através da análise estatística, chegamos a um resultado de a remoção de sementes de Araucária foi significativamente diferente entre as áreas de monocultura e FOM (P=0,023; t=1,034; gl=4). O presente trabalhou mostrou uma maior incidência de remoção de sementes em mata nativa com presença da Araucária, do que em área de monocultura de exóticas, corroborando que a dispersão de sementes de Araucária ocorre por serem consumidas e/ou carregadas preferencialmente em floresta nativa.

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