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Pós-colheita de arroz irrigado: efeitos da temperatura em secagem intermitente
Última alteração: 07-01-2014
Resumo
O Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo, com valores em torno de 35% da produção agrícola. Neste trabalho busca-se abordar a importância da fase de pós-colheita e os efeitos das diferentes temperaturas de secagem de arroz, cultura de grande importância na economia do RS. Os grãos de arroz têm algumas características básicas, como, por exemplo, serem maus condutores de calor, terem estrutura porosa e serem capazes de absorver ou perder água para o ambiente. A secagem é uma operação crítica quando a colheita é antecipada e os grãos ainda tem elevada umidade. A umidade ideal para conservação de grãos situa-se entre 10-13%. O processo envolve a retirada parcial de água do grão por transferência de calor do ar para o grão e, ao mesmo tempo, por fluxo de vapor de água do grão para o ar. A temperatura de secagem é fundamental no processo, pois, juntamente com o fluxo de ar, é o principal determinante da velocidade de secagem. Quando muito alta, eleva a taxa de evaporação da água na superfície dos grãos, aumentando o gradiente de umidade no interior destes gerando tensões internas que provocam danos mecânicos por trincamento e aumentam a suscetibilidade à quebra dos grãos. O rendimento de grãos inteiros é o principal parâmetro considerado na avaliação comercial do arroz. Entre os diversos tipos de secagem, o sistema intermitente é o mais utilizado para secagem de arroz, pois a ação do ar aquecido não é constante, sendo alternado com períodos de repouso, sem ação de fluxo de ar, onde então ocorre a migração da água das camadas mais internas para as mais externas. Foi realizado um experimento com arroz, em casca, variedade EPAGRI 108, com umidade do grão na colheita de 21%. Com o objetivo de testar a influência da temperatura do ar de secagem, visando maior rendimento de grãos inteiros, foram realizados três testes, com duas amostras com o mesmo tratamento e uma testemunha. As amostras tratamento permaneceram na 1ª hora em temperatura de 80±5ºC, e após 110±5ºC, até o fim da secagem. A testemunha recebeu temperatura constante de 110±5ºC. Os grãos permaneceram no secador até atingirem de 12% umidade. Ao analisar o material na saída do silo pulmão, notou-se que a renda total dos grãos não é influenciada pela temperatura de secagem, sendo assim uma característica da variedade. No entanto, o rendimento total do grão é afetado diretamente pelo manejo térmico que recebem os grãos. As amostras que receberam tratamento apresentaram maior rendimento de grãos inteiros, quando comparadas à testemunha, pois não foram submetidos a altas temperaturas quando estão com mais umidade. A renda das amostras tratamento foi 70,7% contra 71,0% da testemunha. O rendimento da amostra tratamento foi 62,5% contra 61,5% da testemunha. Conclui-se que o uso de temperaturas crescentes do ar durante a secagem dos grãos de arroz afeta a migração da água no interior do grão no período de repouso sofrido na câmara de equalização.
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