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Aplicação do Programa RS Mais Igual no município de Fontoura Xavier – diagnóstico de fatores produtivos
Última alteração: 07-01-2014
Resumo
Conforme o IBGE, o Brasil possui o 5° maior PIB do mundo, sua produção agrícola vem batendo recordes a cada ano, sendo considerado um dos principais celeiros mundiais. Contudo, o mesmo País que mostra-se aparentemente rico, possui um coeficiente de GINI de 0,526, revelando-se uma nação extremamente desigual no que refere-se à distribuição de renda. A desigualdade que assola o País torna-se mais alarmante, quando comparamos dados de áreas rurais e urbanas. Pode-se observar que 5% da população urbana é considerada como extremamente pobre, enquanto que na população rural, este índice sobe para 25%. Através de diagnósticos realizados no Programa Fomento, uma política pública voltada ao desenvolvimento de atividades produtivas que garantam a soberania alimentar de famílias em situação de vulnerabilidade social, pôde-se levantar dados referentes à situação agropecuária das 97 famílias atendidas pelo programa no município de Fontoura Xavier. Diferentemente dos altos índices de produtividade que o Brasil apresenta, estas pequenas unidades de produção familiar, enfrentam muitas dificuldades para produzir. Grande parcela produz para o autoconsumo, sem nenhum nível tecnológico, fazendo pouco ou nenhum uso de insumos e mecanização. As principais culturas são o milho, feijão, fumo, mandioca e batata doce, sendo que a produtividade geralmente é a metade da média da região. A atividade agrícola é basicamente manual, em 50% das situações. Na produção animal, 88% possuem aves e 66% criam porcos soltos em potreiros ou ainda em instalações extremamente precárias e inadequadas para a criação animal. Um dado considerado preocupante, diz respeito à utilização de agrotóxicos, onde 84% das famílias fazem uso do mesmo e 37% afirmam que queimam/enterram ou largam as embalagens no campo. Referente à água, elemento fundamental para a produção agropecuária, 43% dos entrevistados afirmam que a quantidade é parcial ou totalmente insuficiente para satisfazer as atividades da propriedade. A região do Alto da Serra do Botucaraí, onde está inserido o município, apresenta um dos piores IDESE do RS. Quanto ao desenvolvimento social das famílias, 21% da população adulta é analfabeta. A educação dos jovens apesenta melhora, representando 1% de analfabetos, porém 49% afirmam ter dificuldades para se locomover até as escolas. Quanto à cidadania, 54% dizem ser difícil fazer a documentação básica. O SUS é a principal via de acesso à serviços de saúde, sendo que 97% afirmam que só vão ao médico quando precisam. Uma observação realizada durante o presente levantamento foi a lamentável consequência do descaso e situação de abandono que estas famílias se encontram, o êxodo rural. Na busca de melhores condições de vida, quatro famílias beneficiárias do programa abandonaram o campo. Os dados aqui apresentados apenas vêm reforçar os altos índices de disparidades sociais e econômicas existentes no País
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