Última alteração: 07-01-2014
Resumo
A sífilis congênita representa sério problema de saúde pública no Brasil. Pode ser transmitida ao concepto em qualquer fase da gravidez. As mortes fetais e perinatais ocorrem em cerca de 40% das crianças afetadas pela doença, sendo que os demais bebês podem apresentar complicações severas ou seqüelas. O diagnóstico pode ser evidenciado durante o pré-natal se este for realizado. A confirmação ocorre quando há transmissão da mãe para o feto através da placenta pelo Treponema pallidum, que aumenta a partir do quarto mês de gestação, pois a placenta deixa de ser impermeável a este. Algumas das características clínicas, podem se manifestar de variadas formas. As mais graves são a sepse maciça com anemia intensa, icterícia e hemorragia. Em decorrência da importância da patologia, este relato de caso tem como objetivo mostrar a incidência de sífilis congênita em neonato cuja mãe fez uso de drogas durante toda gestação. Paciente recém-nascido (RN) masculino admitido na U.T.I. neonatal após teste rápido para VDRL, com mãe com VDRL reagente para sífilis. Mãe usuária de crack durante toda gestação; 3 consultas pré-natais; parto vaginal; peso ao nascimento = 2.490g; Apgar 6/10; valor de VDRL= 1:32. Conduta: penicilina 125.000.000 UI EV 8/8 horas por 10 dias. O diagnóstico precoce da infecção materna ainda é a melhor forma de prevenção da Sífilis Congênita. Na sífilis tardia podem ocorrer alterações dentárias, osteoarticulares, oculares, nariz em sela, surdez, perfuração do palato, entre outras. Outros fatores de risco como prematuridade, morte perinatal, chegam a 95% na fase primária ou secundária. A primeira consulta pré-natal deve ocorrer o mais cedo possível. Na primeira consulta pré-natal, devem ser solicitados os seguintes exames, com solicitação de sorologia para Sífilis. O tratamento indicado para os RN deve ser feito com penicilina G cristalina, penicilina G procaína ou ainda a penicilina G benzatina. Os neonatos cujas mães não realizaram as consultas pré-natais, as que apresentam histórico de sífilis, prematuros, são viciadas em drogas, ou apresentam infecção pelo HIV são considerados RN de alto risco. O RN de risco necessita de cuidados que garantam sua adaptação, portanto as atenções a ele dispensadas na unidade de neonatologia podem ser decisivas para a sua recuperação. Ainda são necessárias novas medidas e políticas de saúde que atendam a esse problema, visando uma ampliação no atendimento às gestantes e um pré-natal adequado.